O Ministério Público de Rondônia (MP/RO) solicitou informações dos vereadores da Câmara Municipal de Jaru em razão das frequentes reclamações do mau abastecimento da Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia (CAERD). O documento, assinado pelo promotor Roosevelt Queiroz Costa Júnior, indica que os parlamentares devem explicar “quais providências políticas estão sendo adotadas para solução do caso” em até dez dias.
A CAERD tem sido alvo de críticas da população jaruense devido às constantes interrupções de água em diversos bairros do município, em especial os localizados em áreas mais elevadas, como o Jardim Cidade Alta. Moradores reclamam que o abastecimento, quando não demora a chegar, é rapidamente interrompido. Em uma das denúncias apresentadas pela Promotoria de Justiça de Jaru, uma moradora afirma que a empresa demorou três dias para sanar um vazamento e que ela e os vizinhos ficaram sem água durante este período. “Em tempos tão difíceis, em meio a uma pandemia, ficar sem abastecimento de água, que é primordial para a prevenção da contaminação da Covid-19, é inadmissível”, contesta a denunciante.
O Portal P1 entrevistou em primeira mão o vereador Badu Som (DEM-Jaru), que recebeu ontem (20) a notificação do MP/RO. No bate-papo, o vereador comentou sobre a atuação da CAERD na cidade e as ações que tem feito para cobrar uma posição da empresa. Confira!
Portal P1: Vereador, do que se trata a notificação recebida pelo senhor do Ministério Público de Rondônia?
Badu Som: Estão pedindo uma explicação sobre a prestação de serviço da CAERD, o qual está trazendo desconforto aos moradores das casas mais altas. Uma explicação sobre o que nós [Câmara Municipal] estamos fazendo de política pública para resolver esse problema. Não respondo pelos outros vereadores, mas estou fazendo a minha parte de cobrança à CAERD.
Portal P1: Que tipos de ação o senhor está realizando? Poderia dar exemplos?Badu Som: Eu estou fazendo meu papel de vereador: cobrando porque recebo muitas cobranças dos moradores. A CAERD é um órgão estadual, então tenho que cobrar das autoridades competentes. Recebi a notificação [do MP/RO], agora pedirei uma explicação da CAERD para saber a posição que eles estão tomando para executar o trabalho e resolver o problema. Também faço meus vídeos mostrando na íntegra os problemas da falta d’água em vários setores da cidade.
Portal P1: A Câmara dos Vereadores já tomou outras providências em relação à CAERD antes ou essa é a primeira vez?
Badu Som: Sou vereador de 15 de abril de 2019 para cá. Eu nunca vi, na minha gestão, nenhum comunicado ou projeto na Câmara sobre a CAERD. Como disse, ela não é do município, é do Estado de Rondônia.
Portal P1: Se não é municipal, mas estadual, o que os vereadores da Câmara de Jaru podem fazer sobre a questão da CAERD?
Badu Som: Nós podemos rever a concessão do contrato que o município fez com a CAERD, se está ou não vencido. Mas o presidente [da Câmara] não comunicou nada ainda [sobre qualquer decisão dos vereadores].
Portal P1: Como o senhor avalia a atuação da CAERD em Jaru? Existem erros e acertos da empresa?
Badu Som: A CAERD está deixando a desejar. A direção da empresa não está olhando o crescimento de Jaru, que cresceu para todos os lados, e o equipamento não foi trocado nem modernizado à altura. Eles estão com equipamentos velhos, poucas bombas. Mas tem condições de melhorar muito, desde que as autoridades maiores do nosso Estado invistam!
Portal P1: Em sua opinião, que tipos de medidas resolveriam a situação do abastecimento municipal de Jaru?
Badu Som: Eu até passei para a CAERD uma opinião de fazer nos pontos mais altos da cidade reservatórios e poços artesianos e interligá-los na rede da CAERD. Na falta d’água, fechar a rede principal e abrir a dos reservatórios. E também trocar as bombas que estão no Rio Jaru por equipamentos novos e sofisticados.
Jornal Eletrônico PortalP1
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