Quando estudamos ou lemos artigos sobre o TDAH, 80% deles são negativos. Isto acontece porque o interesse é mostrar o transtorno com os sintomas, características, as dificuldades e os desafios que com certeza irão aparecer.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o transtorno atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas adultas. Isso significa que 4,4% dos adultos em todo o mundo tem TDAH com quadro completo de sintomas. Sabe-se também que uma a cada vinte crianças tem TDAH, ou seja, por volta de 5%. São informações computadas através de diagnósticos confirmados, mas há ainda a ser considerado suspeitas de diagnóstico de pessoas que não buscam ajuda ou profissional adequado para fazê-lo.
É fundamental se preparar e aprender a lidar, conviver e ajudar, mas não podemos ficar focados apenas neste lado negativo porque a pessoa não é o TDAH, ela tem o transtorno, mas tem também muitas qualidades, características positivas e importantes que fazem dela um ser completo. É a saída para uma vida com melhor qualidade ou ter uma visão mais equilibrada do ser como um todo.
Temos que desmistificar este conceito negativo olhando sob outra perspectiva. Para isso precisamos buscar as características positivas que costumam sobressair. Dessa forma, mudaremos o modo de explorar o que eles têm de melhor, a criatividade.
Normalmente eles agem com espontaneidade, explorando tudo ao seu redor, chegando a prestar muita atenção em coisas que outras pessoas iriam ignorar. Além disso, são muito curiosos e tentam experimentar coisas novas. Isto leva a caminhos e resultados inesperados. São apaixonados pelo que fazem e gostam muito dos estímulos das pessoas ao seu redor. Isto pode render projetos fantásticos, lições e muita aprendizagem.
Eles não guardam mágoa e isto faz um bem enorme a si próprio e ao outro. Também não armazenam maldades e ressentimentos de vingança. Vivem intensamente o presente. Não se importam de mudar de plano por alguma razão. Adaptam-se facilmente e não sofrem por isto. São flexíveis às situações e são capazes de inovar como ninguém se quer imaginaria.
Também são exímios observadores. Por vezes, coisas passam por nós, sem nem mesmo percebermos, mas com eles os detalhes não fogem e vem daí a criatividade e as inovações. São dotados de energia para o que gostam, acreditam e para os amigos. Eles não deixam para amanhã o que podem fazer hoje, se de fato é algo que gostam. Eles focam nisto e aproveitam o máximo de cada momento.
Com esta outra visão podemos usar o aspecto positivo do TDAH para potencializar a balança a seu favor e abusar das características boas transformando em um diferencial. O importante é aceitar o que não pode ser mudado, conviver com o melhor que ele pode oferecer e ser feliz. Somos o que somos e ninguém pode tirar isto de nós! O TDAH é apenas um detalhe.
(*) Autora dos livros “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA” e “Transtorno do Déficit de Atenção- TDA, sob o ponto de vista de uma mãe”, Margarete é pesquisadora sobre o tema e mãe de uma jovem com TDA. Além disso, é formada como farmacêutica bioquímica e atua em gestão hospitalar.
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