Sem chuva há quase 1 mês, previsão é que RO continue com temperaturas elevadas, diz Sipam

Publicada em


Há previsão de pancadas isoladas de chuvas em Guajará-Mirim na próxima quarta-feira (19). Fumaça das queimadas contribui para que sensação térmica seja muito maior que a temperatura registrada.

Foto: Ana Kézia Gomes/G1

A última chuva registrada em Rondônia foi há 23 dias, em Ji-Paraná (RO) na região central do estado. Em Porto Velho, a última vez que choveu foi no dia 4 de julho, há mais de um mês. As informações são de levantamento do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

Segundo a Divisão de Meteorologia e Climatologia do Sipam, a previsão é de pancadas isoladas de chuvas em Guajará-Mirim (RO) na próxima quarta-feira (19) e nas demais regiões na quinta-feira (20), inclusive na capital.

Conforme monitoramento do Sipam, essas chuvas serão causadas pela massa de ar polar que deverá atingir o estado na manhã de 20 de agosto. Entretanto, até lá, as temperaturas continuarão subindo.

“Os períodos que antecedem a chegada da massa polar costumam ser mais quentes, o que chamamos de aquecimento pré-frontal, que é resultado da compressão do ar quente já existente no local, pela massa de ar fria e densa que está chegando”, explica o meteorologista Diego Silva.

A partir da sexta-feira (21), as temperaturas serão mais amenas, espera o Sipam.

 

Veja previsão do tempo para a sua cidade

 

 

Qualidade do ar

Incêndio na Reserva Margarida Alves em Rondônia, fotos são de agosto de 2020 — Foto: Flaviane Gava Ianiski/Arquivo pessoa

 

O aumento das queimadas ocasiona a diminuição da qualidade do ar. Elas prejudicam a saúde humana e o meio ambiente. Por gerar a diminuição da fauna e flora, as áreas de florestas também diminuem a evapotranspiração vegetal, que é responsável por grande parte do vapor d´água presente na atmosfera — não só da Região Amazônica como de grande parte do Sul e Sudeste brasileiro.



“A Floresta Amazônica é responsável por fazer o transporte de umidade para regiões do sul e sudeste do continente, através do sistema atmosférico conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul. Esse fluxo transporta tanta umidade que é conhecido como “Rios Voadores”. A diminuição da área de floresta acarretará na diminuição da umidade, formação de nuvens e por conseguinte a diminuição das chuvas”, comenta Diego Silva.

Além da alteração do ciclo hidrológico, as queimadas aumentam a concentração de poluentes no ar e os gases que contribuem para o efeito estufa e aquecimento global.

 

“Sem dúvidas toda essa fumaça que paira sobre o céu do estado, contribui para que a sensação térmica seja muito maior que a temperatura registrada”, diz o meteorologista.

As queimadas também compactam o solo, o que faz com que a água deixe de penetrar, alterando assim a temperatura e umidade, prejudicando a circulação das águas superficiais e subterrâneas.

Rondônia registrou 744 focos de queimadas entre os dias 8 e 14 de agosto, segundo dados coletados pelo satélite de referência Aqua do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é 52% maior que o registrado na primeira semana deste mês, quando o satélite capturou imagens de 489 focos.

 

Década mais quente da história

 

Um relatório elaborado por cientistas do mundo inteiro e publicado na última semana mostra que a década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história do planeta e que o ano passado esteve entre os três mais quentes já registrados desde o século 19.

Os cientistas pontuaram que, no ano passado, as emissões causadas por incêndios em regiões florestais de vários países, inclusive no Brasil, compensaram a tendência de queda global de longo prazo nas emissões das regiões de savana.

m 2019, tanto a Nasa (a agência espacial americana) quanto o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) classificaram o período de queimadas na Amazônia como o pior desde 2010.

 

Fonte: G1