Repórter e cinegrafista da Rede Amazônica, afiliada Globo, são atacados por bolsonaristas em RO

Publicada em


PRINT

 

André Felipe e Ruan Gabriel foram cercados na Estrada do Belmont, em Porto Velho, nesta sexta-feira (4).

 

O repórter André Felipe e o cinegrafista Ruan Gabriel, da Rede Amazônica Rondônia, afiliada Globo, foram atacados nesta sexta-feira (4) por manifestantes que não aceitam o resultado das Eleições e pedem intervenção federal.

 

Durante cobertura jornalística em um bloqueio ilegal feito na Estrada do Belmont, em Porto Velho, os profissionais foram cercados. Em um vídeo feito no local é possível ver que aproximadamente 10 homens cercam o veículo da emissora e um deles chuta violentamente a porta do carro.

 

Os dois jornalistas não tiveram ferimentos e uma câmera usada pela equipe foi danificada.

 

Após o ocorrido, a Rede Amazônica informou que comunicou o caso à Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência para o caso ser investigado. O carro atacado pelo grupo passou por perícia.

 

Ao g1, o repórter André Felipe disse que tentou sair do local às pressas após ser cercado pelos manifestantes.

 

“Quando estávamos indo em direção ao carro, o medo era grande e não tinha ideia do que poderia acontecer com a gente. Até agora não sei como saímos dessa porque eram muitos e vieram com convicção de nos agredir. Com certeza foi Deus! O apoio, o abraço dos amigos e colegas de profissão estão sendo fundamentais pra que eu e o Ruan possamos voltar às ruas e fazer o que mais amamos: jornalismo. Sou grato à direção da Rede Amazônica pelo apoio e ajuda”, disse.



 

O jornalista Ruan Gabriel também lamentou a situação.

 

“É lamentável. O nosso trabalho é informar a população a respeito do que está acontecendo, trabalho que a gente faz com amor e infelizmente uma coisa dessas aconteceu. Graças a Deus foram só danos materiais, mas eu me senti muito ameaçado”, disse.

 

Notas de repúdio

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condena ataques e hostilização a jornalistas em diferentes partes do país.

 

“Toda vez que uma equipe de jornalismo é impedida de fazer o seu trabalho, a sociedade toda perde. A Abraji lamenta que os jornalistas não possam estar em um local público, na rua, acompanhando o que está acontecendo nas suas cidades. A Abraji se solidariza com a equipe de Rondônia”, informou.

 

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondônia (Sinjor-RO) repudiou o ato de violência contra os profissionais.

 

“Os jornalistas foram perseguidos por um grupo de pessoas que interditou a Estrada do Belmont, que dá acesso à área portuária da capital, em ‘protesto’ contra o resultado final das eleições para presidente da república. A equipe teve o carro de reportagem danificado e o caso deve ser investigado pela Polícia Civil. A direção do Sinjor-RO cobra um posicionamento rígido das autoridades sobre os atos insanos contra jornalistas, como este que ocorreu nesta sexta-feira”, consta na nota.

 

 

Por g1 RO e Rede Amazônica — Porto Velho