Há uma quantidade enorme de pessoas que não estão retornando para a 2ª dose das vacinas AztraZeneca e CoronaVac. Infelizmente, há um público que não quer receber a imunização da vacina CoronaVac ou da AztraZeneca nos locais de vacinação. Verificamos e constatamos que pessoas aptas a receberem a vacina preferem esperar outras vacinas ou não retornam para receber a 2ª dose. Todos esses fatores tornam ainda mais lenta a imunização contra a Covid no Brasil, que ainda é de apenas 11,2% da população.
Em várias localidades do Brasil está havendo rejeição das vacinas AztraZeneca e CoronaVac. Em contato com a jornalista Victoria Bacon obtivemos informação que ao chegarem nos locais de vacinação, quando é informada que as vacinas disponíveis são AztraZeneca ou CoronaVac há rejeição de pessoas aptas a receberem a vacina, o que é lamentável.
Entre fevereiro e março de 2021 houve a informação na imprensa de que a AstraZeneca pode, como efeito colateral, causar trombose e também o fato de a Anvisa (Agência Nacional de Saúde) ter solicitado ao laboratório mudanças na bula do medicamento.
Ontem, segunda-feira, 14 de junho, a Justiça de São Paulo concedeu liminar a uma senhora de 63 anos para que ela não tomasse a dose da vacina AztraZeneca por riscos iminentes à saúde, visto que ela é portadora de doença pulmonar obstrutiva crônica, com aumento em duas vezes do risco de infarto e AVC.
“Os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, após estudo da literatura científica e a análise de eventual ocorrência de trombose nas centenas de milhares de paulistas já vacinados com a vacina AstraZeneca (nenhuma ocorrência de trombose), concluíram que não há contraindicação à aplicação dessa vacina nas pessoas com o histórico de A.L.B”.
Há também um grande número de pessoas que não retornaram para tomar a segunda dose. Tanto a AztraZeneca quanto a CoronaVac tem dupla dose para a imunização da Covid-19.
Em relação à CoronaVac ainda existe, infelizmente, um preconceito em relação à origem chinesa da vacina. Há pessoas que desejam ser vacinas, porém, devido a informações falsas (Fake News) sobre a CoronaVac disseminadas por grupos políticos ideológicos, preferem aguardar outras marcas da vacina contra a Covid-19, informou um colaborador do processo de imunização em Porto Velho à jornalista Victoria Bacon.
Vale a pena esperar a chegada de alguma determinada vacina?
“Nenhuma vacina é melhor que a outra. Todas garantem proteção contra a covid-19”. (Raquel Beviláqua, secretária adjunta de Assistência à Saúde).
AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer BioNTech? Qual delas é melhor? Devo esperar o local de vacinação ter determinada vacina? Muito se questiona sobre a qualidade e eficácia das três vacinas que previnem a covid-19 e são aplicadas atualmente no Brasil. A Secretaria de Saúde (SES) esclarece que todas possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e passaram por testes de qualidade e eficácia quanto ao nível de proteção oferecido contra o novo coronavírus.
O cidadão tem que deixar esse pensamento de lado e se vacinar com a vacina que tem disponível no ponto de vacinação. Todas garantem proteção contra a covid-19; e, conforme temos observado, mês a mês, desde que a campanha de vacinação começou, tivemos uma redução significativa de internações e intubação de pacientes idosos nas UTIs. Essa queda está associada ao processo de vacinação que já contemplou todas as faixas etárias com 60 anos ou mais. ”
Segurança e eficácia
A vacina AstraZeneca/Fiocruz tem eficácia de 79% na prevenção da covid-19, em casos sintomáticos, e 100% de eficácia na prevenção de doenças graves e hospitalização. Segundo comunicado da farmacêutica AstraZeneca, a eficácia da vacina foi comprovada em todas as etnias e idades – em participantes com 65 anos ou mais, foi de 80%. Os dados reforçam os estudos clínicos anteriores, realizados em outros países e já publicados em estudos revisados por pares.
A CoronaVac, segundo estudo desenvolvido pelo Instituto Butantan (que fabrica a vacina no Brasil), mostrou eficácia global de até 62,3% quando a segunda dose é aplicada em um intervalo de até 28 dias. Os primeiros estudos revelavam eficácia de 50,38% quando a D2 era aplicada 14 dias após a D1. Além disso, a vacina chinesa tem eficácia que pode variar entre 83,7 e 100% para casos moderados, que exigem assistência médica, mas não chegam a necessitar de internação com cuidados intensivos.
A vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech oferece mais de 95% de proteção contra a covid-19, seja pela infecção pela doença ou internação. Os resultados foram obtidos em um estudo publicado pela revista The Lancet elaborado com base em dados da campanha de vacinação em Israel – país que usou apenas o imunizante Pfizer/BioNTech.
Convencer a população jovem a se vacinar será um desafio, diz diretor da SBIm.
Renato Kfouri classifica campanha de vacinação contra a Covid-19 como ‘absolutamente inédita’.
“A vacinação de adultos como um todo já é um desafio, e contra a Covid-19 não será diferente, como já acontece nos EUA e em Israel, por exemplo”, afirmou.
Segundo Kfouri, é essencial que haja um “trabalho mais forte” de campanhas para convencimento da vacinação. “Esse é o desafio, a imunização dos grupos de risco será bem mais fácil do que o de jovens, mas com comunicação adequada será possível. ”
O diretor da SBIm classificou a campanha da vacina contra a Covid-19 como “absolutamente inédita”. “São quatro vacinas, com calendários diferentes, intervalos diferentes, tem sido um desafio para todos nós, no mundo inteiro, mas a vacinação é o caminho para sairmos dessa situação. ”
Ele explicou que a população brasileira está acostumada com vacinas de dose única. “Todas as vezes que convocamos, era uma dose, para gripe, sarampo, febre amarela, passava aquele dia e todo mundo se sentia protegido, existe culturalmente essa associação de que recebeu uma dose e está protegido, mas, agora, as pessoas não estão protegidas adequadamente com apenas uma dose. ”
Por esse motivo, o médico reforçou a importância da imunização completa, com as duas doses. “Uma dose traz proteção parcial, que não se sustenta por muito tempo, isso gera falhas vacinais, infecções em indivíduos parcialmente imunizados, descrédito na vacinação, traz problemas desde a sensibilização da população na confiança dos imunizantes até o número de casos não baixar. ”
Fonte: Victoria Bacon
** Este conteúdo não expressa, necessariamente, a opinião do PORTALP1
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