Titular da Sesdec informou que a demora na divulgação de novos dados é para não comprometer as investigações
A polícia já prendeu nove dos 17 suspeitos de participação na morte de dois policiais militares em uma fazenda do distrito de Nova Mutum, em Rondônia. A informação foi repassada em entrevista coletiva nesta sexta-feira (16) pelo Coronel Hélio Cisneiro Pachá, titular da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec).
Segundo o secretário, a demora na divulgação de novos dados foi para não comprometer as investigações. Na coletiva, Pachá explicou também que as provas do envolvimento de 17 pessoas na morte dos militares, até o momento, vem de testemunhas.
“Hoje nós temos nove pessoas presas, algumas delas durante a operação, outras duas, uma se entregou e foi conduzida a registro de ocorrência em Ouro Preto do Oeste e outra foi preso dois dias atrás em Ariquemes. Provas testemunhais por enquanto das pessoas que foram ouvidas e identificação com fotos através das vítimas e das próprias pessoas que já foram presas”, disse o secretário.
Ainda de acordo com o coronel, os estados que fazem divisa com Rondônia já foram informados de foragidos e receberam fotos e informalções para o cumpriimento de meidas da Justiça.
“Já receberam diretamente da minha pessoa e dos outros acatários as imagens com as devidas medidas cautelares, caso eles sejam localizados, possam ser devidamente presos. Foi concedido um mandado de reintegração de posse pela Justiça estadual e aproveitamos a oportunidade e já reintegramos. Foram retiradas 520 pessoas do local, em torno de 18 carros e 60 motos”, complementou.
Os suspeitos de participarem da emboscada têm mandados de prisão em aberto por outros crimes. Também em entrevista coletiva no começo deste mês, o Coronel Plinio, subcomandante da PM, informou que o grupo responsável pela emboscada é de “alta periculosidade, com treinamento de guerrilha”.
Em sobrevoo, mulheres e crianças foram avistadas e, com isso, a orientação foi para retrair a tropa e garantir que a operação fosse de resgate. Segundo o governo do Estado, a região onde acontece a operação é conhecida por ser uma área de conflito agrário.
“Não podemos dizer que eles fazem parte de movimentos sociais. Ocorre que nessa ação nos deparamos com uma quadrilha organizada. E o estado está tomando todas as medidas necessárias e adequadas. É uma área de conflito agrário”, reforçou o subcomandante.
Entenda o caso ponto a ponto:
A fazenda onde ocorreu o crime fica na BR-364, no sentido Acre, após Nova Mutum distrito de Porto Velho;
O primeiro policial morto foi o tenente da reserva José Figueiredo Sobrinho, que pescava com familiares e amigos quando foi abordado pelos criminosos;
Uma testemunha contou que Figueiredo foi confundido com segurança da fazenda quando o grupo armado encontrou a identificação do PM;
Figueiredo e os companheiros foram agredidos e o tenente reformado foi levado para o outro lado da estrada e morto com 10 tiros no rosto e no peito;
O carro do tenente foi incendiado;
Os sobreviventes deixaram o local e conseguiram pedir socorro em uma comunidade próxima;
Equipes da PM se deslocaram até a fazenda para resgatar o corpo de José Figueiredo, mas foram emboscados e recebidos a tiros na propriedade;
O sargento Márcio Rodrigues da Silva e outros quatro militares foram feridos.
No domingo, 4 de outubro, uma operação da PM retirou o corpo do tenente Figueiredo, confirmou a morte do sargento Rodrigues e resgatou os policiais feridos.
Investigações
Pelo menos 100 policiais foram deslocados para a região das mortes em uma operação inicial para procurar os criminosos envolvidos nos assassinatos. Segundo a polícia, uma milícia armada que atua na grilagem de terras estaria por trás dos ataques.
O setor de inteligência apurou que a região é de conflito agrário. Em sobrevoo, mulheres e crianças foram avistadas, com isso, a orientação foi para retrair a tropa e garantir que a operação fosse de resgate.
O governador Marcos Rocha garantiu que o Estado vai usar a força necessária para prender os autores dos crimes. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.
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