Menina chegou a ser levada à UPA Leste de Porto Velho na sexta, mas estava sem vida. Família suspeita de envolvimento foi detida temporariamente neste sábado (14); polícia investiga.
Pai, mãe e tio de uma bebê, de 8 meses, foram presos temporariamente na manhã deste sábado (14) suspeitos de serem autores ou de estarem envolvidos na morte e no possível crime de estupro contra a criança. A menina chegou a ser levada na sexta-feira (13) ao hospital, mas já estava sem vida.
Segundo a Polícia Civil, a mulher, de 21 anos, seguiu ao presídio feminino de Porto Velho. Já o pai e o tio da bebê foram encaminhados ao Pandinha, também na capital. Como o caso se trata de crime hediondo, o prazo da prisão temporária é de 30 dias, podendo ser revogado por mais 30.
Ao G1, o delegado que entrou com o pedido na Justiça, Pedro Palharini Bastos, disse que a prisão temporária do trio, nesse caso, objetiva auxiliar nas investigações, já que ele notou “inúmeras contradições entre eles, relativamente a horários, quanto a dinâmica dos fatos” e que não há “elemento que confirme o conhecimento deles da prática criminosa e o eventual apoio ao executor”.
Conforme o boletim de ocorrência, a criança deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste da cidade no fim da manhã de sexta, mas a equipe médica de plantão constatou que já estava sem vida. A bebê foi levada pelos pais.
O médico plantonista informou à polícia que não soube precisar a causa da morte, mas que o corpo da menina tinha sinais de violação sexual. Ele declarou ainda que necessitaria de um exame mais detalhado para detectar a suspeita de estupro.
Dinâmica
Às 8h de sexta, a mãe disse em depoimento à polícia que a família estava dormindo, quando, na sequência, acordou para amamentar a bebê. Em seguida, disse que voltou a dormir.
Em paralelo a isso, relatou que o marido acordou, fez café e foi para a casa da frente assistir televisão. A residência da frente é da mãe dele, que estava no trabalho.
Pouco mais de duas horas depois, a mulher contou que o tio da criança chegou para almoçar e que ele ficou conversando com o pai da bebê na casa da frente. Às 11h, informou ter acordado e ido à residência da frente também para almoçar, “não percebendo nada de anormal”.
Momentos depois, a mãe da bebê notou que a filha mais velha dela, de 2 anos, começou a chorar e foi ver o que havia acontecido. Assim que encontrou a bebê de 8 meses, notou que a criança estava sem sinais vitais. Foi nesse momento que ela e o marido pediram ajuda a uma vizinha, levando a menina à UPA.
Equipes da Polícia Militar (PM) foram até a casa da família, mas não encontraram vestígios de sangue nos lençois e roupas da menina. À polícia, o pai e a mãe da bebê negaram qualquer envolvimento no caso.
De acordo com o delegado Pedro Palharini, o depoimento da mãe, do pai e do tio da criança são contraditórios. Esse foi um dos indícios que o fez decidir pela prisão temporária dos três.
“Justificava porque, na medida em que se contradizem, isso demonstra uma possibilidade de que eles estejam tentando esconder eventual responsabilidade de um deles, ou dos próprios três. Juntando isso ao fato de que os exames periciais não possuem resultado imediato, a meu ver, os requisitos para a prisão temporária estavam preenchidos. A prisão dos três revelou-se imprescindível às investigações do caso”, reiterou.
O caso agora é apurado pela Delegacia de Homicídios de Porto Velho.
Por G1 RO — Porto Velho
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