Nos últimos dez anos, os casos de varíola bovina reduziram no estado de Rondônia. Em 2009, 23 suspeitas foram confirmadas por exame clínico, já em 2018, oito notificações foram confirmadas. Com foco no combate à proliferação da doença, os produtores devem notificar a Agência de Defesa Agrosilvopastoril (Idaron), que atua nas recomendações de manejo dos rebanhos bovinos.
Relembre o caso:
30 pessoas são contaminadas por varíola bovina em um mês em Ouro Preto, RO
A varíola é uma doença viral endêmica em todo o Brasil. Com subtipos catalogados, o vírus Cantagalo é o mais presente em Rondônia. É uma zoonose, doença que sai do animal e vai para homem, por conseguinte, sendo o homem um dos principais transmissores, como avaliado, segundo a diretoria técnica da Idaron, em investigações de casos notificados no Estado, onde a doença se manifestou de uma propriedade para outra, pelo mesmo ordenhador, que estava contaminado. Uma das formas de contágio é por meio das mãos, em contato com o úbere das vacas, e outra é no contato de um animal com outro, como o focinho de um bezerro com o úbere da mãe. Durante o período de sete dias, a partir do aparecimento das lesões, a transmissão do vírus pode ocorrer também no transporte de um animal de uma propriedade para outra.
A doença não compromete a exportação de produtos primários do estado, seja bovina ou leiteira, pois o rebanho não é privado de produção e pasteurização, mas é importante o cuidado com as pessoas em contato com os animais. A varíola é uma doença autolimitante, que ocorre por um período determinado e limitado. No estágio avançado, com feridas em crostas, é pouco provável a contaminação entre os animais. A recomendação para os casos em rebanho leiteiro, onde a doença é mais comum, direciona para que os animais contaminados sejam ordenhados por último, com medidas de biosseguridade com uso de luvas descartáveis, para que o ordenhador não se contamine.
Diante de uma notificação, a Agência Idaron realiza interdição das saídas dos animais, para bloqueio de qualquer forma de contágio ou escape da doença de uma propriedade para outra. “Por ser uma doença autolimitante fazemos um acompanhamento do rebanho e desinterditamos após exames clínicos com todos os animais e confirmação da ausência de contaminação“, explicou o diretor Márcio Alex Petró, médico veterinário especialista em defesa sanitária animal e produção de ruminantes, acrescentando que a equipe atuante sob as notificações é formada por um médico veterinário acompanhado de assistentes técnicos, geralmente técnicos agrícolas, que trabalha também recomendações de manejo dentro das propriedades e das pessoas que vão manipular os animais. As amostras coletadas são enviadas para análise ao Instituto Biológico em São Paulo ou à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) no Rio de Janeiro.
Com os agravos, a interdição faz com que os produtores não notifiquem à Agência, ocasionando surto epidêmico com maior disseminação na própria propriedade e, por consequência, nas demais. Desta forma, o Estado alerta para que os produtores se atentem aos casos suspeitos que devem ser notificados à Idaron. Por ser uma doença classificada de saúde pública, o tratamento com as pessoas é realizado junto às unidades básicas de saúde, com administração de antibióticos para as lesões severas. Não há medicação para controle do vírus e vacina para os animais, o acompanhamento é realizado para combater a disseminação da doença dentro das propriedades.
Fonte
Texto: Gaia Bentes
Fotos: Daiane Mendonça e Arquivo Idaron
Secom – Governo de Rondônia
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