MOMENTO SAÚDE – ASMA BRÔNQUICA

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Espaçador

 

A asma é um grande problema de saúde pública, mesmo com programas implantados para o seu controle que melhoram a qualidade da assistência e à redução da morbimortalidade. Belo Horizonte foi a primeira cidade a implementar em larga escala o programa “ Criança que Chia”, em 1994,fruto de parceria entre a secretaria municipal de saúde e a Faculdade de Medicina da UFMG. Esse programa buscou uniformizar condutas, dando relevância à profilaxia, à educação em saúde para pacientes, familiares e para as equipes de profissionais. Disponibilizaram-se medicamentos inalatórios (beclometasona ou budesonida ou fluticasona e salbutamol) e os espaçadores valvulados. A partir de então foi observado um salto de qualidade na assistência. Inicialmente a faixa etária de menores de cinco anos foi priorizada; atualmente, os menores de 19 anos estão incluídos e mais de 30 mil crianças e adolescentes são assistidos. A consequência foi à redução em aproximadamente 90 % da hospitalização devido à crise asmática. A experiência de Belo Horizonte, município de grande complexidade, com mais de dois milhões de habitantes, serviu de modelo para várias cidades do estado e do país, possibilitando a prestação da assistência de qualidade ao asmático.

Apesar dos avanços nos conhecimentos sobre sua fisiopatologia e terapêutica, a asma vem apresentando aumento na prevalência nas últimas décadas, especialmente na faixa etária pediátrica.



A asma brônquica ou bronquite asmática é uma doença inflamatória crônica e a inflamação brônquica é seu fator patogênico mais importante. Ela se manifesta clinicamente por episódios recorrentes de sibilos, tosse, dispneia e opressão torácica, particularmente à noite e no inicio da manhã. As manifestações clínicas estão associadas à obstrução difusa e variável do fluxo aéreo. O episódio agudo de broncoconstrição é multifatorial, mas o broncoespasmo, a hipersecreção brônquica, a inflamação e o espessamento da mucosa brônquica são os eventos mais importantes.

Outro aspecto relevante é a interação entre a genética do individuo e o ambiente onde vive, incluindo os alérgenos e os vírus, importantes fatores desencadeantes dos sintomas.

À luz dos conhecimentos atuais, estabeleceu-se o conceito de unicidade das vias aéreas. Asma e rinite alérgica são expressões da inflamação e hiper-responsividade, ora acometendo a via aérea como um todo, ora localizadas, porém com estreitas relações entre as duas regiões anatômicas.

A grande revolução no tratamento da crise aguda da asma surgiu com a medicação inalatória, primeiramente com o uso dos inaladores ultrassônicos, surgidos no início da década de 80. Hoje, porém, são peças de museu, pois a partir da fabricação da medicação broncodilatadora em aerossol dosimetrado (as famosas bombinhas) foi descoberto os chamados espaçadores, que são um tubo (acrílico ou alumínio) com uma máscara valvulada, o que possibilita o uso da medicação com muito mais rapidez e precisão, dispensando o uso da energia elétrica.

Abaixo foto do espaçador e da medicação:

 

Edemar Afonso Gonçalves médico pediatra formado pela Faculdade de Medicina da UFMG em 1983.