Osvaldo Cordeiro de Farias (Jaguarão, 16 de agosto de 1901 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1981) foi um militar, revolucionário e político brasileiro. Foi interventor federal (governador) do Rio Grande do Sul e governador eleito de Pernambuco. Esteve presente em todos os acontecimentos políticos do Brasil a partir de 1922 até 1966, quando se retira da vida pública. Filho de Joaquim Barbosa Cordeiro de Farias, militar que foi transferido para o Rio Grande do Sul para trabalhar na pacificação da Revolução Federalista e que lá permaneceu por alguns anos. Em 1906 com a transferência de seu pai para o Rio de Janeiro, foi lá matriculado no Colégio Militar, onde realizou todos seus estudos. Sentou praça aos 16 anos na 4ª Companhia de Infantaria no Rio.
Em 1917 ingressou na Escola Militar do Realengo, sendo, dois anos depois, declarado oficial de artilharia. Seria ainda promovido, em sua carreira militar, segundo-tenente (1920), primeiro-tenente (1921), capitão (1930), major (1931), tenente-coronel (1933), coronel (1939) e general-de-brigada (1942). Cordeiro de Farias fez curso de observador aéreo na Escola de Aviação Militar, aperfeiçoamento de oficiais (1º lugar) na Escola de Armas, cursou a Escola Superior de Guerra; e estagiou na Escola do Estado Maior do Exército Americano.
Cordeiro de Farias participou das conspirações que precederam a deflagração do levante armado de julho de 1922 contra o governo federal, que deu início ao ciclo de revoltas tenentistas. Fazia curso de observador aéreo na Escola de Aviação Militar e foi incumbido de fabricar bombas caseiras a serem atiradas dos aviões. Apesar de não ter participado diretamente dos combates, acabou sendo preso por três meses na Fortaleza São João no Rio de Janeiro. Em seguida, no mesmo ano, foi transferido sucessivamente para Santa Maria, Rio Pardo e São Gabriel.
Em outubro de 1924, participou do levante tenentista deflagrado em Uruguaiana, liderado por Honório Lemes. No mês seguinte, derrotado pelas forças de Flores da Cunha, recuou com 30 homens em direção à fronteira com a Argentina, onde acabou por se exilar. Lá conheceu outros tenentes revolucionários, João Alberto e Antônio de Siqueira Campos. Juntos se dirigem para o Rio de Janeiro, em seguida descendo ao Rio Grande do Sul, onde se juntou aos demais contingentes rebeldes do estado, reunidos sob a liderança de Luís Carlos Prestes e Miguel Costa.
Os rebeldes gaúchos acabariam se retirando para o estado do Paraná, onde se juntaram aos remanescentes do levante deflagrado no mês de julho, em São Paulo. Da unificação desses dois grupos nasceu a Coluna Prestes, exército rebelde que, sob o comando do militar gaúcho que lhe deu o nome, promoveu, nos dois anos seguintes, uma guerra de movimento pelo interior do país contra as tropas fiéis ao governo federal. O movimento chegou a transpor as fronteiras do Paraguai, após voltando a adentrar o território brasileiro. Cordeiro de Farias teve atuação destacada na Coluna, comandando um dos quatro destacamentos que a compunham.
Em fevereiro de 1927, já desgastados pela longa campanha e sem perspectivas de vitória, os líderes da Coluna resolveram encerrar aquela fase da luta e abandonaram o território brasileiro, internando-se na Bolívia. No ano seguinte, Cordeiro retornou ao Brasil clandestinamente e deu prosseguimento às atividades conspiratórias, tendo sido, então, preso. Por um erro da denúncia seu processo não foi enviado à São Gabriel, onde havia servido, mas sim à Uruguaiana, onde lutou com Honório Lemos, mas onde também não existia nenhuma acusação contra ele. Foi, portanto, absolvido pelo então Supremo Tribunal Militar. Regularizada sua situação, retornou ao Exército, ingressando no curso de engenharia do Instituto Geográfico Militar, sem deixar, contudo, de conspirar contra o governo.
Em 1930, participou do movimento revolucionário conhecida como Revolução Liberal, que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do novo presidente eleito, Júlio Prestes. Integrou, nessa ocasião, o comando da insurreição em Minas Gerais. Com a vitória do movimento e a posse do novo governo liderado por Getúlio Vargas, foi lotado no gabinete do ministro da Guerra, general Leite de Castro. Em maio de 1931, foi transferido para São Paulo, assumindo a chefia de polícia daquele estado. Permaneceu no cargo até junho do ano seguinte, um mês antes da deflagração do movimento constitucionalista pelas forças políticas tradicionais de São Paulo, que exigiam a reconstitucionalizaçào do país e a recuperação da autonomia estadual, com o afastamento dos tenentes que vinham exercendo influência na política paulista. Colaborou então no combate à insurreição e, no ano seguinte, voltou a ocupar a chefia de polícia do estado. No Estado Novo, foi, ainda, chefe do Estado-Maior da 5ª Região Militar, sediada em Curitiba.
Em 1935, de volta ao Rio de Janeiro, deu combate a Intentona Comunista, levante militar deflagrado por elementos de esquerda ligados à Aliança Nacional Libertadora e liderado pelo antigo comandante de Cordeiro de Farias, Prestes. Em 1937, foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde assumiu a chefia do estado-maior da 3ª Região Militar, sediada em Porto Alegre, sob o comando do general Manuel de Cerqueira Daltro Filho. Participou, então, da campanha movida por Vargas para afastar o governador José Antônio Flores da Cunha, que acabou sendo substituído pelo comandante da 3ª Região Militar. Após a morte de Daltro Filho, Vargas nomeou Cordeiro de Farias como interventor federal no Rio Grande do Sul. Por estar no Rio de Janeiro, o cargo foi assumido interinamente por dois meses por Joaquim Maurício Cardoso, tendo Cordeiro de Farias assumido em 4 de março de 1938. Em sua administração, devido às tensões da Segunda Guerra Mundial, determinou que todas as escolas alemãs do estado se nacionalizassem.
Em 1942, chegou ao generalato. Em setembro do ano seguinte, deixou a interventoria gaúcha para integrar-se na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Em setembro de 1944, viajou para a Itália, onde participou das principais batalhas em que a FEB esteve envolvida na Segunda Guerra Mundial.
A volta ao Brasil ocorreu em 1945, seguida de novas articulações políticas. Seu nome chegou, então, a ser cogitado como candidato a presidente da República. Em outubro daquele ano, participou do golpe militar que afastou Vargas do poder e extinguiu o Estado Novo. Participou do Governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, como adido militar à Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Em 1949, foi nomeado comandante da recém-criada Escola Superior de Guerra (ESG). Em maio de 1950, foi derrotado nas eleições para a diretoria do Clube Militar, em disputa marcada por forte conteúdo ideológico. Cordeiro representava a corrente que defendia a participação do capital estrangeiro na exploração do petróleo brasileiro, enquanto que a chapa vitoriosa, liderada por Newton Estillac Leal, representava os setores nacionalistas das Forças Armadas.
Deixou a ESG em agosto de 1952 para assumir o comando da Zona Militar Norte, sediada em Recife. Em 1954, foi apresentado como candidato de consenso ao Governo de Pernambuco, na coligação que envolvia PSD, PDC e PL. Fez um governo voltado para a assistência ao Sertão, para a construção de açudes e estradas. Ocupou o cargo entre 1955 e 1958, renunciando ao mandato um mês antes de sua conclusão para assumir a presidência da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, que exerceu durante dois anos.
Em 1961, foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) pelo presidente Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, envolveu-se na conspiração que visava impedir aposse do vice-presidente, João Goulart, então em viagem à China. Jango tomou posse devido ao apoio da população e a Campanha da Legalidade, comandada em Porto Alegre por Leonel Brizola. Na ocasião, foi nomeado comandante do III Exército pelo Ministro da Guerra, Odílio Denys, em substituição ao General José Machado Lopes, que havia aderido à causa legalista. Não chegou a assumir este cargo.
Marechal Cordeiro de Farias participou, ativamente, do golpe militar que, em 1964, depôs o presidente João Goulart. Novamente foi cogitado para presidente, o que não se concretizou uma vez que era considerado “político demais” por alguns setores do exército. No Governo de Castelo Branco, assumiu o Ministério Extraordinário para a Coordenação dos Organismos Regionais, depois transformado em Ministério do Interior. Desempenhou essa função até junho de 1966, quando se retirou da vida pública. Assumiu, então, a direção executiva do grupo empresarial pernambucano João Santos.
Possuía inúmeras condecorações nacionais e internacionais, entre elas a Cruz de Guerra com Palma (França), a Legião de Honra (França), a Grande Oficial Ordem da Coroa (Itália), a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis (Portugal), Legião de Mérito (EUA), Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Militar, no Mérito Naval, e do Mérito Aeronáutico (Brasil).
A Escola Marechal Cordeiro
A escola municipal Marechal Cordeiro de Farias foi implantada no quilômetro 08 da Linha 619 em 1981. Inicialmente a instituição atendia vinte e oito alunos de 1.ª a 4.ª Séries no sistema multisseriado, onde estudantes de todas as séries permanecem juntos no período de aula. A primeira construção foi de tapiri e as carteiras eram feitas de pranchas de madeira e não possuíam nenhum tipo de beneficiamento.
A criação da escola aconteceu após várias reuniões com os pais da localidade que lutavam para garantir o acesso de seus filhos à educação. Depois de alguns desses encontros realizados entre as famílias que residiam na linha, a comunidade decidiu que deveria ser feito um requerimento ao administrador do então distrito de Jaru para que a construção de um estabelecimento de ensino pudesse se tornar realidade.
O Decreto de Criação da escola é o de n.º 1231 de 14 de abril de 1981. Logo após a escola ser criada de forma oficial, os pais solicitaram que a professora Nilza Clara Moret lecionasse na escola, tendo em vista que a mesma já possuía o curso de Magistério.
Em 1999 foi construído um pavilhão com três salas de aula e uma pequena repartição onde funcionava a cozinha. A construção serviu para atender aos alunos de 5.ª a 8.ª Séries da localidade e alunos oriundos de outras escolas. Nessa época, a instituição possuía sessenta alunos do Projeto Parecis, que funcionava todas as terças-feiras quando os demais alunos eram dispensados e com isso precisavam ter horas a mais de aulas para compensar essa lacuna.
O Projeto Parecis permaneceu na Escola Marechal Cordeiro até o ano de 2005. Nesse ano, a escola recebeu mais quatro salas e uma cozinha, totalizando assim nove salas de aula. No ano de 2006 a escola começou as suas atividades funcionando em três períodos: segunda a sexta-feira (matutino e vespertino); segunda e quarta-feira (noturno) e passou a atender alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e do extinto Programa de Ensino Médio no Campo de Rondônia (Proemcro).
Em 30 de março de 2012, com a construção de suas novas instalações a poucos metros da BR-364 na própria Linha 619, a escola Marechal Cordeiro de Farias entrou em uma nova etapa de sua história. A inauguração da obra foi um marco na gestão do prefeito Jean Carlos dos Santos e à época a instituição se tornou um dos estabelecimentos de ensino municipais com a melhor estrutura física. A inauguração foi marcada por um grande evento com a participação de autoridades políticas, religiosas, além da comunidade escolar. A construção da escola no novo local só foi possível graças à doação do terreno pelo primeiro prefeito eleito de Jaru, Leomar José Baratella.
Em 2020, a escola atende a alunos dos ensinos infantil e fundamental sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Semecel) de Jaru. A última etapa da educação básica também possui atendimento educacional, mas é de responsabilidade do Governo de Rondônia. Os alunos são matriculados na escola estadual Plácido de Castro e cursam o Ensino Médio com Mediação Tecnológica na escola Marechal Cordeiro, assim como ocorre com os estudantes da escola JK, localizada à Linha 617.
O contato com o autor para conhecer as suas produções literárias pode ser feito de duas formas. Pelo WhatsApp através do link https://umzap.com/ELIASGONCALVES, pelo telefone (69) 9 9241- 8033 ou através do Facebook, por meio do seguinte endereço eletrônico: https://www.facebook.com/eliasgpjaru .
Nota da Redação: As informações referentes à escola Marechal Cordeiro de Farias fazem parte do conteúdo historiográfico contido no livro “Vivendo Nossa História”, cuja propriedade intelectual pertence ao escritor jaruense Elias Gonçalves Pereira e estão sendo publicadas em sites de Jaru no formato de reportagem de forma atualizada no ano de 2020 com a expressa autorização do autor. Todos os Direitos Reservados. Copyright © Elias Gonçalves Pereira.
As publicações da Série Momento Nossa História estão sendo feitas na seguinte ordem:
- Abrão Rocha: 02/03 (segunda-feira)
- Aldemir Cantanhêde: 03/03 (terça-feira)
- Apae: 04/03 (quarta-feira)
- Beatriz Mireya: 05/03 (quinta-feira)
- Capitão Silvio: 06/03 (sexta-feira)
- Ceeja: 09/03 (segunda-feira)
- Centro Educacional de Bom Jesus: 10/03 (terça-feira)
- Dayse Mara: 11/03 (quarta-feira)
- Elza Maria Fabris: 12/03 (quinta-feira)
- Escola D’Jaru-Uaru: 13/03 (sexta-feira)
- Gabriel Balmant: 16/03 (segunda-feira)
- Governador Jorge Teixeira: 17/03 (terça-feira)
- Jean Carlos Muniz: 18/03 (quarta-feira)
- José de Souza: 19/03 (quinta-feira)
- Josué Montello: 20/03 (sexta-feira)
- Juscelino Kubitscheck: 23/03 (segunda-feira)
- Marechal Cordeiro de Farias: 24/03 (terça-feira)
- Marechal Costa e Silva: 25/03 (quarta-feira)
- Maria da Conceição: 26/03 (quinta-feira)
- Maria de Lourdes da Silva: 27/03 (sexta-feira)
- Maria do Socorro: 30/03 (segunda-feira)
- Maria Gomes: 31/03 (terça-feira)
- Menézio de Victo: 01/04 (quarta-feira)
- Nilton Araújo: 02/04 (quinta-feira)
- Olga Dellaia: 03/04 (sexta-feira)
- Pato Donald: 06/04 (segunda-feira)
- Pedro Vieira de Melo: 07/04 (terça-feira)
- Plácido de Castro: 08/04 (quarta-feira)
- Raimundo Cantanhêde: 09/04 (quinta-feira)
- Tânia Barreto: 10/04 (sexta-feira)
- Zenir Carvalho: 13/04 (segunda-feira)
Por:Elias Gonçalves
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