Um dos sonhos almejados pelos moradores de Jaruaru era ter um estabelecimento de ensino para atender a demanda educacional da localidade. Pensando nisso, houve uma união da classe política no ano de 2002 e envolveu de forma direta o prefeito da época José Amauri dos Santos, o Senador da República, Valdir Raupp de Matos e os – então – deputados federais Confúcio Aires Moura (eleito Senador da República em 2018) e Expedito Gonçalves Ferreira Junior. A escola foi construída no padrão que o Ministério da Educação adotava na época e se tornou a única instituição em Jaru construída naquele formato. Em torno de oito meses o estabelecimento de ensino estava pronto com seis salas de aula, alojamentos, salas administrativas, cozinha espaçosa, banheiros, espaço para biblioteca e laboratório que foram entregues à população em maio de 2003.
As primeiras pessoas a ocuparem a direção da escola foram as professoras Orny Rodrigues de Souza e Roseli Alves Mariano, respectivamente diretora e vice-diretora. Juntas desenvolveram o serviço administrativo escolar com o apoio do professor Carlos Simplício Gomes de Souza, conhecido popularmente como “Carlão”, além dos demais profissionais e voluntários que queriam o desenvolvimento de Jaruaru. Nessa época, os professores tinham apenas o Magistério, formação técnica em nível médio, mas que, legalmente, habilitava qualquer pessoa para atuar em sala de aula. Com a evolução, os funcionários precisaram estudar e ampliar seus conhecimentos com o ensino superior de acordo com a área de atuação ou que mais se identificavam.
Em 2004 foram construídas mais seis salas de aula, embora feitas de madeira, foram muito úteis para os alunos das séries finais do ensino fundamental (hoje 6º ao 9º ano), devido principalmente ao grande fluxo migratório ocorrido nos anos anteriores. Posteriormente, a instituição ganhou muro e também uma quadra poliesportiva para atender aos interesses da comunidade escolar e, quando necessário, a população. A Escola D’Jaru-Uaru conta também com turmas de ensino médio, através de uma parceria com o Governo do Estado, possibilitando assim aos alunos a conclusão da educação básica no próprio local onde residem.
A Escola D’Jaru-Uaru foi criada pela Prefeitura de Jaru pelo Decreto 3.620/GP/2003, de 02 de junho de 2003. Entretanto, em 17 de maio de 2016, o prefeito Inaldo Pedro Alves sancionou o Decreto nº 9.153/GP/2016 alterando a nomenclatura da instituição que desde então passou a ser denominada como “Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental D’Jaru-Uaru.”
O subdistrito de Jaruaru
Em um espaço territorial do Estado de Rondônia, situado à Linha 627, a 85 quilômetros da cidade de Jaru está um povoado que faz parte do assentamento do Projeto Jaruaru. Em 23 de maio de 1994 foi o dia da decisão para formar esta vila do povoado jaruarense. A seguir também recebeu o nome de Cabajá porque essa expressão traz uma referência para aqueles que não têm otimismo em acreditar que algo que está acontecendo no momento possa permanecer e ir avante com o progresso. Apesar de não ter um crescimento tão rápido quanto o seu potencial, o nome de Cabajá não combinou com a localidade, pois ainda não acabou e tem vista para muito progresso. Um detalhe a ser considerado é que, de acordo com a Lei que criou o subdistrito em 2004, a grafia do nome do lugar é Jaruaru, mas ao se referir à instituição de ensino deve-se utilizar “Escola D’Jaru-Uaru.”
O nome Jaruaru foi dado como referência aos povos indígenas Uru-Eu-Wau-Wau, antigos moradores da região. Ainda existem aldeias na localidade, mas eles não moram no espaço que seria a parte urbana do povoado. Têm suas terras protegidas pela FUNAI e, quando necessário, vão à “cidadezinha”. Na escola da localidade há crianças índias que estudam junto com as demais de forma normal. Não usam trajes típicos e são tratadas como crianças indígenas por suas características físicas e por causa de seus nomes que são dados de acordo com a cultura em que pertencem. Enfim, são crianças iguais às outras.
A fundação de Jaruaru foi de grande importância para os primeiros homens brancos que vieram para o local e começaram a abertura das terras formando lotes e chácaras com plantações. Ainda não existia a vila, mas mesmo assim havia transporte que conduzia as pessoas nas idas e vindas à Jaru e Tarilândia.
Os sitiantes, quando chegavam ao quilômetro 85 tinham que deixar o ônibus e prosseguir a viagem a pé e ainda com as compras pesadas nas costas. Então os senhores Paulo Fernandes e Carlos Morgante, juntos com demais companheiros, que tinham influencias de administração, sensibilizaram-se com a problemática. Chamaram o povo e, numa reunião com opiniões e sugestões das pessoas presentes, compraram treze alqueires de terra, que na época era o lote da senhora Edinalva dos Santos. Para a compra, ficou decidido que quem doasse duas sacas de feijão, teria o direito de ter uma data no projeto. Cinco alqueires e meio dessas terras, foram cortados em chácara e os outros sete e meio foram cortados em datas (pequenos terrenos). Assim foram aparecendo as primeiras casas e alguns comércios em Jaruaru. Surgiram igrejas católicas, evangélicas, campo de futebol e no ano de 2003, a Escola Municipal D’Jaru-Uaru começou a funcionar.
Os primeiros comerciantes foram o senhor Valmir, seu Anísio e seu Edivaldo. Logo em seguida, veio para Jaruaru, no dia 19 de junho, um comerciante bem mais forte em comparação aos primeiros. Era o senhor Josué Crisóstemos. Ele abriu um comércio de secos e molhados e o nome de seu mercado era “Comercial Paraguai II”, porque ele já tinha a matriz em Tarilândia. Foi através dele que o povo de Jaruaru teve mais facilidades para fazer suas compras, pois ele abastecia o povoado com muitos produtos, tais como gêneros alimentícios, combustíveis e muitos outros.
Seguindo o percurso da história, veio trabalhar para o senhor Josué, além do senhor Antônio Mariano Filho com a família. Após um ano e meio Josué desistiu de Jaruaru e vendeu seu comércio para Antônio, o popular Toninho. Acreditando no povo e no crescimento de Jaruaru, renovou e ampliou o prédio. Com o apoio de autoridades administrativas colocou um telefone fixo para servir ao povo. Em seguida Toninho fez a parceria com alguns comércios de Jaru, por exemplo: Casa da Lavoura, Boa Safra, Acro-Vet, Representante da Tortuga e alguns comerciantes de Tarilândia que o ajudaram a manter seu empreendimento por muito tempo. Vendedores viajantes começaram a vir e negociar os seus produtos diretamente com ele. “Toninho” mudou o nome do mercado para “Comercial Treze de Maio”. Assim Jaruaru foi melhorando e vieram outros comerciantes. Hoje o pequeno povoado tem lanchonetes, posto de combustível, sorveterias, alguns botecos e, claro, diversas casas e igrejas.
O contato com o autor para conhecer as suas produções literárias pode ser feito de duas formas. Pelo WhatsApp através do link https://umzap.com/ELIASGONCALVES, pelo telefone (69) 9 9241-8033 ou através do Facebook, por meio do seguinte endereço eletrônico: https://www.facebook.com/eliasgpjaru .
Nota da Redação: Este material faz parte do conteúdo historiográfico contido no livro “Vivendo Nossa História”, cuja propriedade intelectual pertence ao escritor jaruense Elias Gonçalves Pereira e está sendo publicado em sites de Jaru no formato de reportagem de forma atualizada no ano de 2020 com a expressa autorização do autor. Todos os Direitos Reservados. Copyright © Elias Gonçalves Pereira. A produção do texto e a cessão de parte das imagens contou com o apoio da professora Roseli Alves Mariano.
As publicações da Série Momento Nossa História estão sendo feitas na seguinte ordem:
- Abrão Rocha: 02/03 (segunda-feira)
- Aldemir Cantanhêde: 03/03 (terça-feira)
- Apae: 04/03 (quarta-feira)
- Beatriz Mireya: 05/03 (quinta-feira)
- Capitão Silvio: 06/03 (sexta-feira)
- Ceeja: 09/03 (segunda-feira)
- Centro Educacional de Bom Jesus: 10/03 (terça-feira)
- Dayse Mara: 11/03 (quarta-feira)
- Elza Maria Fabris: 12/03 (quinta-feira)
- Escola D’Jaru-Uaru: 13/03 (sexta-feira)
- Gabriel Balmant: 16/03 (segunda-feira)
- Governador Jorge Teixeira: 17/03 (terça-feira)
- Jean Carlos Muniz: 18/03 (quarta-feira)
- José de Souza: 19/03 (quinta-feira)
- Josué Montello: 20/03 (sexta-feira)
- Juscelino Kubitscheck: 23/03 (segunda-feira)
- Marechal Cordeiro de Farias: 24/03 (terça-feira)
- Marechal Costa e Silva: 25/03 (quarta-feira)
- Maria da Conceição: 26/03 (quinta-feira)
- Maria de Lourdes da Silva: 27/03 (sexta-feira)
- Maria do Socorro: 30/03 (segunda-feira)
- Maria Gomes: 31/03 (terça-feira)
- Menézio de Victo: 01/04 (quarta-feira)
- Nilton Araújo: 02/04 (quinta-feira)
- Olga Dellaia: 03/04 (sexta-feira)
- Pato Donald: 06/04 (segunda-feira)
- Pedro Vieira de Melo: 07/04 (terça-feira)
- Plácido de Castro: 08/04 (quarta-feira)
- Raimundo Cantanhêde: 09/04 (quinta-feira)
- Tânia Barreto: 10/04 (sexta-feira)
- Zenir Carvalho: 13/04 (segunda-feira)
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