Senador de primeiro mandato, Rogério é um personagem da política clássica, que, vira e mexe, compra brigas de grande porte, mas não costuma atacar embaixo da linha da cintura, como costumam fazer os chamados bolsonaristas de raiz. Agora, ele tem capitalizado a atuação na CPI, já que Rondônia é um dos que ainda garante bons índices de aprovação a Bolsonaro, disse um assessor próximo ao Presidente. Marcos Rogério trouxe dúvidas sobre a eficácia da vacina coronavac e trouxe áudio de Doria.
Os senadores governistas Eduardo Girão do Ceará e Marcos Rogério de Rondônia apresentaram na CPI da Covid que está sendo realizada nesta quinta-feira no Senado, dúvidas em relação à eficácia da vacina produzida na China, a Coronavac. Segundo os senadores, em especial o senador Marcos Rogério, há casos de pessoas que morreram mesmo recebendo as duas doses da coronavac.
O diretor do Instituto Butantan Dimas Covas que está sendo inquirido na CPI respondeu aos senadores Marcos Rogério e Eduardo Girão: O conhecimento geral que a vacina contra a Covid-19 protege novas infecções em 50% dos casos, aproximadamente, além de evitar quadros mais severos e internações em 80% das situações e, por fim, evitar óbitos em quase todos os casos. Por isso, ele disse que é necessário avaliar como esses óbitos aconteceram, ou seja, qual cepa ou variante foi a causadora das mortes desses idosos e se, além da idade avançada, havia alguma comorbidade ou doença debilitante. O cientista Dimas Covas foi além e disse que a idade avançada é uma das situações nas quais há menor produção de anticorpos, por conta do envelhecimento do sistema imunológico, e, por fim, defendeu a campanha de vacinação.
Em seguida as falas de Dimas Covas as falas foram repassadas para o senador Girão fez várias das perguntas da lista, inclusive sobre a eficácia da Coronavac contra variantes. Dimas Covas respondeu que o Butantan “não deve nada à Anvisa”, mas seu instituto prometeu para a manhã (28) dados sobre a imunogenicidade da vacina, ou seja, sua capacidade de provocar resposta imune. Dimas Covas, afirmou que uma demora de três meses por parte do governo federal para assinar o contrato da CoronaVac impediu que 100 milhões de doses da vacina fossem entregues até maio deste ano.
A CoronaVac é produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O senador Marcos Rogério acompanhando as falas do senador governista Eduardo Girão citou que a demora para se assinar o contrato se deu pelas dúvidas sobre a eficácia da vacina produzida na China e, que havia rumores que a coronavac poderia ser produzida por células de fetos abortados que posteriormente foi desmentida.
O senador Marcos Rogério aproveitou o gancho e exibiu um vídeo durante a CPI da COVID com áudio vazado de uma reunião entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em novembro de 2020. O áudio, que foi retirado do documentário ‘A corrida das Vacinas’, produzido pela TV Globo, mostra os bastidores das negociações de vacinas contra a COVID-19 no Brasil, incluindo as tentativas do governo de São Paulo de apressar o início da imunização no estado e no país. Durante a reunião, Doria manda o dirigente da equipe do Butantan pressionar os chineses para acelerar o fornecimento de vacinas.
“Ando recebendo ataque de Bolsonaro, bolsominion, bolso não sei o quê. Bando de maluco”, diz o tucano.
Marcos Rogério perguntou ao diretor do Butantan, que presta depoimento nesta quinta-feira (17/5) à CPI, se a ‘grosseria’ do governador paulista teria atrapalhado negociações dos insumos da CoronaVac com o país chinês, que negou. Neste momento, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), interrompe o senador: “Grosseria? Estou vendo a indignação do governador em querer a vacina. Diferente de outros que não querem”, afirmou o parlamentar. Rogério se irrita e responde que o Omar deveria conter sua ‘sanha’. “Eles fazem isso quando começam a ter alguma coisa que incomodam. Quando está no rumo que querem, não”, disse o senador.
A reunião na CPI nesta quinta-feira tem algo especial. Existe um técnico cientista sendo inquirido e não mais pessoas com ligações políticas ou cargos políticos como antes. Bolsonaro considera o assunto Coronavac o que tem maior potencial ofensivo contra o presidente da República, que já deu diversas declarações críticas ao imunizante chinês. Em dado momento, ele chegou a anunciar que o governo federal não compraria a Coronavac – acabou voltando atrás.
Fonte: Victoria Bacon
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