Quatro líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram transferidos, hoje (22), da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, para a Penitenciária Federal de Brasília, perto do Presídio da Papuda. Além de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, integram o grupo Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão, e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal.
Inaugurada em outubro de 2018, a Penitenciária Federal de Brasília é uma das cinco unidades de segurança máxima federais destinadas a isolar presos condenados e provisórios sujeitos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), líderes de organizações criminosas e réus colaboradores presos ou delatores premiados que correm risco de vida no sistema estadual.
Os presos foram trazidos de Porto Velho para a capital federal em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Toda a operação foi acompanhada por agentes e viaturas da Polícia Federal (PF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), além de batedores e helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a transferência é parte dos protocolos de segurança pública que preveem, entre outras medidas, a alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas.
Assim como em Porto Velho, policiais da Força Nacional de Segurança Pública reforçarão a proteção do perímetro da penitenciária federal.
Considerado o principal líder do PCC, Marcola tinha sido levado para Porto Velho no dia 13 de fevereiro, quando 22 presos – apontados como líderes da organização criminosa – foram transferidos do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, para penitenciárias federais.
Criminosos queriam resgatar Marcola
Na ocasião, promotores do Ministério Público de São Paulo afirmaram que a organização planejava tentar resgatar Marcola. “Os alvos da ação já teriam gasto dezenas de milhões de dólares nesse plano, investindo fortemente em logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal”, afirmaram os promotores ao pedir à Justiça que autorizasse a transferência dos detentos para o sistema federal.
Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva disse a jornalistas – logo após sair de reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, – que a transferência de líderes de organizações criminosas é uma prática comum, empregada para garantir o isolamento e, assim, tentar quebrar a cadeia de comando das facções em todo o país.
“Temos que ter condições de isolar os presos e retomar [o controle das] penitenciárias. Este é um dos caminhos vitais para combatermos as facções criminosas e a violência no país”, disse Paiva, destacando que o emprego das forças de segurança durante toda a movimentação visa a “evitar qualquer sobressalto”.
“A movimentação destes líderes de facções criminosas é necessária para isolá-los. Vir para Brasília, onde há um presídio de segurança máxima, é absolutamente natural. Não vejo nenhum prejuízo para a população do Distrito Federal. O presídio é novo – chamaram mais servidores – e terá condições de receber os presos com tranquilidade”, finalizou Paiva.
Por Alex Rodrigues e Carol Gonçalves – Repórteres da Agência Brasil
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