Levantamento realizado pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), no período de janeiro a junho deste ano, em 969 propriedades rurais, confirmou a ausência da monilíase do cacaueiro em Rondônia. O monitoramento é feito no primeiro semestre do ano porque é o período de maior frutificação da cultura.
O levantamento é realizado anualmente em atenção à Instrução Normativa n° 13, de 2012, e à Portaria n° 131, de 2019, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O trabalho de vigilância e monitoramento contempla as propriedades que possuem cacaueiros e/ou cupuaçuzeiros, com vistoria dos frutos também em áreas comerciais, lavouras abandonadas, quintais produtivos e em quintais agroflorestais.
“Além dos levantamentos, a Idaron realiza outras ações visando a prevenção da entrada, como fiscalização do trânsito e educação sanitária, e, caso ocorra a entrada, seja realizada a contenção através da identificação do foco inicial”, explica João Paulo de Souza Quaresma, coordenador de Vigilância e Controle de Pragas.
Segundo ele, devido à pandemia da Covid-19, a Agência adotou procedimentos de biossegurança visando garantir a saúde dos produtores e dos servidores envolvidos nas atividades, o que garantiu a não ocorrência de incidente.
“Temos nos preparado para atuar de forma emergencial nos focos iniciais da praga. Os servidores foram capacitados para atuar em casos de emergência e materiais para auxílio na detecção e contenção de focos estão sendo adquiridos pela Agência”, informou João Paulo. “É importante a colaboração de todos para evitar a entrada desta praga no estado. Caso haja algum fruto com suspeita da doença, ele (fruto) não deve ser tocado ou retirado da planta. O local deve ser isolado e o produtor deve comunicar o caso à Agência Idaron o mais rápido possível”, orienta o coordenador.
MONILÍASE
A monilíase do cacaueiro é uma doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca os frutos do cacaueiro e cupuaçuzeiro em qualquer fase do desenvolvimento. A monilíase é muito agressiva podendo causar perdas de 30% a 100% na produção de frutos.
Apesar de a praga poder ser dispersada pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, somente através do homem pode ser levada de países onde é presente para novas áreas como o Brasil, através de material contaminado, como roupas, utensílios, sementes, frutos etc.
Os sintomas da praga nos frutos são: manchas de coloração chocolate ou castanho-escuro, que aparecem entre 45 e 90 dias após a infecção e, posteriormente, um pó branco que aparece de 5 a 12 dias e se solta dos frutos em grande quantidade. “Além do cacaueiro, o cupuaçuzeiro e outras espécies silvestres podem ser afetados e transmitir a doença”.
A praga ainda não foi detectada no Brasil, mas está presente na América Central, Caribe e na América do Sul em países que fazem fronteira com o Brasil como, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela, aumentando o risco de entrada no Brasil.
Fonte
Texto: Toni Francis
Fotos: Irenen Mendes e Arquivo Idaron
Secom – Governo de Rondônia
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