Alexandre Lopes diz que salas do exame ocuparão cerca de 50% da capacidade máxima. Está previsto reaplicar a prova para quem contraiu doenças infectocontagiosas
Alexandre Lopes, presidente do Inep. — Foto: Gabriel Jabur/MEC
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou em entrevista ao G1 nesta terça-feira (5) que descarta adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, frente ao aumento do número de casos de coronavírus, e que a instituição está preparada para a realização das provas em plena pandemia.
O Enem 2020 estava previsto para ocorrer em novembro, mas, em maio do ano passado, foi remarcado. A prova vai ser aplicada em 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital).
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Ao todo, 5.783.357 candidatos estão confirmados – o número é 13,5% maior do que a edição de 2019, que teve o menor número de candidatos em toda a história.
“A ideia nunca foi fazer a prova só depois que acabasse a pandemia. Não existia nem perspectiva de vacinação naquela época, quando a gente fixou a data da prova em janeiro. O que a gente fez foi se preparar para fazer a prova em ambiente de pandemia, e estamos preparados. O Inep está preparado para executar o Enem nos dias 17 e 24 de janeiro, o impresso, e 31 e 7 de fevereiro, o digital, garantindo a segurança dos participantes”, afirmou Lopes.
Nesta terça, o Brasil contabilizou 196.641 mortes por coronavírus e 7.756.861 casos da doença desde o início da pandemia. A taxa de transmissão está em 1,04, o que significa que cada 100 infectados transmitem o vírus para 104 pessoas.
Sete estados estão com tendência de alta nos números: AC, AM, PA, RR, TO, RN e SE. Eles têm 831.641 inscritos no Enem 2020, o que representa 14,3% do total.
Medidas de prevenção
Lopes afirma que as medidas de prevenção contra o coronavírus serão as mesmas para todos os lugares. Não haverá planejamento especial para os locais que estejam com aumento no número de casos, segundo o presidente do Inep.
Entre as medidas, estão:
Uso obrigatório de máscaras para candidatos e aplicadores;
Disponibilização de álcool em gel nos locais de prova e nas salas (a quantidade total só será conhecida após a aplicação do exame);
Recomendação de distanciamento social no deslocamento até as salas de provas
Identificação de candidatos do lado de fora das salas, para evitar aglomeração – haverá marcações no piso para ter distanciamento, caso haja fila
Contratação de um número maior de salas: na edição de 2019 foram 140 mil locais de aplicação; agora serão 200 mil
Salas de provas com cerca de 50% da capacidade máxima
Candidatos idosos, gestantes e lactantes ficarão em salas com 25% da capacidade máxima
Higienização das salas de aulas, antes e depois do exame
Além disso, Lopes destaca que as provas vão ser feitas aos domingos, quando há menor circulação de pessoas nas cidades.
É recomendado que o candidato leve máscaras reservas para trocar, já que a prova tem duração máxima de 5h30, quando há redação. No dia em que não há redação, o período máximo para fazer o exame é de 5h.
“Tem que lembrar que ambiente de provas é diferente de aulas. As pessoas comparam muito. ‘Ah, mas as escolas estão fechadas’. Mas na escola você tem interação entre professores e alunos, o professor está falando, os alunos perguntam, conversam entre si. Em ambiente de prova, as pessoas não vão poder falar entre si. As pessoas vão, como sempre em ambiente de prova, permanecer em silêncio. As pessoas não vão estar interagindo, trocando, elas vão sentar com espaçamento em silêncio e depois vão para as suas casas”, estima Lopes.
A abertura dos portões ocorrerá como nas edições anteriores: abrem às 12h e fecham às 13h. O período não será estendido.
Candidatos com Covid
As provas do Enem vão ocorrer pouco mais de duas semanas após as festas de fim de ano, quando houve aglomerações em todo o país. Em diversos casos, a polícia interrompeu festas, muitas repletas de jovens sem máscaras.
Os sintomas de Covid-19 podem aparecer até 15 dias após o contato com o vírus, segundo especialistas. Isso significa que os candidatos poderão ter sintomas da doença próximo ao primeiro dia de provas.
O Inep prevê reaplicar a prova para quem tiver doenças infectocontagiosas, entre elas a Covid. Também entram na lista sarampo, rubéola, varicela e coqueluche, por exemplo.
Quem tiver diagnóstico positivo e laudo médico comprovando a situação de saúde uma semana antes das provas poderá entrar na página do participante, anexar os documentos, e pedir para refazer o exame em 23 e 24 de fevereiro.
Caso os sintomas apareçam na véspera do exame, o indicado é ligar para o 0800-616161.
“É importante que as pessoas com suspeita primeiro façam exame, segundo procurem o médico, aí podem juntar o laudo do médico [na página do participante]. A partir das informações prestadas pelo médico, a nossa equipe vai analisar para poder conceder ou não o uso da prova de reaplicação”, diz Lopes.
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