Incêndio em reserva ambiental completa 15 dias em Rondônia

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Fogo começou no final de julho e já destruiu mais de 1 mil hectares em Nova União, segundo Bombeiros. Satélites já registraram incêndio em vegetação.

Pastagens perto de área da reserva já foram destruídas — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

 

O incêndio de grandes proporções que atinge a reserva ambiental Margarida Alves completa 15 dias neste domingo (11) em Nova União (RO), a 370 quilômetros de Porto Velho.

Desde o fim de julho, segundo os Bombeiros, pelo menos 1 mil hectares da reserva foram destruídos pelo fogo, além da pastagem em sítios vizinhos.

Imagens de satélite, feitas nesta semana, mostram a área onde o incêndio segue sem controle em Nova União.

Com o fogo na área de reserva, produtores rurais vizinhos buscam alternativas para não deixar o gado morrer de fome, pois algumas propriedades já foram atingidas pelas chamas.

“Tenho quase 60 cabeças e eles sobrevivem só com o pouco de capim que sobrou, que só está mesmo a bucha. Estou comprando material, como quirela, para alimentar o gado e ver se eles aguentam um pouco mais. Não há pasto aqui por perto para levar eles”, relata Paulo Sérgio Machado.

A pecuarista Judite Viana Siqueira também está preocupada com os bovinos da propriedade. Parte da pastagem do sítio já foi destruída pelo incêndio na área da reserva.

“O capim para o gado só tem em uma pequena área . Estou comprando ração para o gado não morrer de fome”, afirma.

Equipes da Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros estão monitorando a área do incêndio na reserva ambiental.



“Tivemos a informação de 153 focos de calor desde o início da semana. No percurso que caminhamos, toda área está completamente queimada”, diz o capitão do Corpo de Bombeiros de JI-Paraná, José Aparecido Santos.

Reserva Margarida Alves

A reserva ambiental Margarida Alves tem uma área de mais de 10 mil hectares e é uma das maiores da região central do estado. Há um ano, a região ambiental também foi atingida por um incêndio. O incêndio durou mais de 10 dias

Em maio deste ano, a Justiça Federal reintegrou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na posse da reserva em Bloco Margarida Alves.

A reintegração aconteceu justamente porque a região é alvo constante invasões, desmatamentos, marcações e acampamentos no entorno da reserva ambiental

Por Gedeon Miranda, Rede Amazônica