Apesar da liberação, é de responsabilidade dos pais, responsáveis e dos próprios alunos escolherem se voltarão, ou não, para as aulas presenciais.
Na noite de segunda-feira (1º), o Governo de Rondônia publicou um novo decreto permitindo o retorno das aulas presenciais nas instituições de ensino privadas de: educação infantil, fundamental, médio e superior. As aulas presenciais na rede estadual continuam suspensas e, quanto às escolas públicas municipais, o retorno fica a critério de cada prefeito.
Antes só poderiam funcionar os estabelecimentos educacionais privados das cidades enquadradas na Fase 3 do plano de distanciamento. Agora, todos os municípios do estado, independente da fase que estejam podem ter aulas presenciais nas instituições de ensino privadas. Apesar da liberação, é de responsabilidade dos pais, responsáveis e dos próprios alunos escolherem se voltarão ou não para as aulas presenciais.
De acordo com o decreto nº 25.784, a volta deve ser realizada de forma gradual seguindo o limite de ocupação estabelecido a cada fase de distanciamento social, com prioridade de retorno às aulas do pré-escolar e com data determinada pela própria instituição.
Esse retorno gradual deve seguir a seguinte forma:
Limitações para retorno das aulas presenciais
Fase em que a cidade está | Limite de ocupação |
Fase 1 | até 30% |
Fase 2 | até 50% |
Fase 3 | até 70% |
Conforme o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Rondônia, Augusto Pellucio, esse retorno demonstra a “sensibilidade do governo” para com os estudantes que ficaram durante 11 meses sem ensino presencial.
“Muitos pais e muitas mães têm clamado pela educação presencial principalmente para as faixas etárias mais novas. Precisamos salvaguardar aquelas pessoas que são do grupo de risco, os mais idosos, mas as crianças não podem ser prejudicadas, muitas já estão com problemas psicológicos e só de falar em aula remota algumas se tremem de pensar que vão ter que voltar para a frente do computador”, argumentou.
O que dizem os pais?
Para a fonoaudióloga Lorena Pedraça, mãe do estudante Danilo, de 14 anos, o momento não é o ideal para o retorno das aulas, tendo em vista o aumento no número de casos de Covid-19 no estado.
“Não acho que é o momento porém aguardo que tudo volte à normalidade para que ele possa interagir novamente com os colegas. No momento sou contra, porém esperançosa que tudo volte quando se tornar seguro”, falou.
Já para a advogada Iara Carolina Morsch Passos, mãe do estudante Luiz Henrique, de 7 anos, o retorno das aulas presenciais deve acontecer não só na rede privada de ensino, mas também na rede pública.
“Os pais que já se sentem seguros em encaminhar seus filhos pra escolas, devem ter seu direito respeitado e garantido, assim como aqueles que ainda não se sentem seguros, por qualquer que seja o motivo, principalmente relacionado a saúde da criança. Defendo que a educação deve ser garantida para a rede pública e para a rede privada. Recebi a notícia da alteração do decreto com muita felicidade”, falou.
A psicanalista Rosi Cavalcante, mãe da aluna Júlia Sophia de 11 anos, conta que mesmo que a escola siga todas as medidas sanitárias é melhor esperar que o ambiente esteja seguro para que o retorno aconteça.
“Eu optei, porque eu tenho a opção, que ela ficasse em casa pela segurança. Nós já esperamos tanto tempo com ela em casa, pra que ela não corresse risco. Eu como mãe, sendo do grupo de risco, não quero pagar pra ver. Eu vou esperar até eu me sentir segura, e até estar seguro o ambiente de aula dela pra que ela possa ir presencial”, contou.
*Beatriz Galvão, estagiária do G1 RO, sob supervisão de Ana Kézia Gomes.
Deixe seu comentário