
Animal apelidado de “galinhola” nasceu na zona rural de Jaru. Especialista explica que ave foi gerada por cruzamento de aves da mesma raça.
Uma família da zona rural de Jaru (RO) se surpreendeu ao presenciar o nascimento de uma ave com traços de galinha e galinha-d’angola. O animal, apelidado de “galinhola”, chamou a atenção por sua aparência incomum.
Apesar da semelhança entre as aves, pesquisadores afirmam que não se trata de um cruzamento entre diferentes espécies, mas sim de aves de diferentes raças.
Ao g1, a professora aposentada Terezinha Barbosa, dona da propriedade, contou que a galinhola se parecia com uma galinha no início, mas, com o passar do tempo, foi se modificando e mudando a penugem, tornando-se uma ave única. O animal tem cerca de seis meses.
Genética permite cruzamento?
Para entender se seria possível uma ave gerada a partir do cruzamento entre uma galinha (Gallus-gallus) e uma e uma galinha-d’angola (Numida-meleagris), o g1 conversou com o professor e pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Elvino Ferreira, que analisou as imagens do animal.
Segundo o especialista, o cruzamento entre as aves não é possível do ponto de vista genético
“As duas aves possuem quantidades diferentes de cromossomos — a galinha tem 78 e a galinha-d’angola, 76. Essa diferença impede o pareamento correto durante a formação do embrião, tornando o desenvolvimento inviável”, explicou Elvino.

Além da diferença genética, o professor destacou que o comportamento reprodutivo e o tamanho das aves também dificultam o acasalamento.
“Aspectos comportamentais também devem ser considerados, especialmente no tocante à corte, ou seja, ao comportamento reprodutivo entre essas espécies”, afirma a análise.
Outras possibilidades
De acordo com Elvino, a aparência incomum da “galinhola” pode ser resultado de cruzamentos entre diferentes raças de galinhas caipiras, como:
Rhode Island Red
Welsummer
Indio Gigante (linhagens Asil ou Shano)
Essas raças possuem o mesmo número de cromossomos e apresentam grande variedade de tamanhos, formas e colorações, podendo gerar animais com características únicas, mas geneticamente compatíveis.
Outra possibilidade considerada pelo pesquisador é o cruzamento entre a galinha comum e aves nativas, como os jacus. Algumas espécies como Penelope obscura, Penelope purpurascens e Ortalis canicollis também têm 78 cromossomos, o que torna o cruzamento possível do ponto de vista genético, embora bastante raro.
Fonte: Mateus Santos – g1 RO
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