Estudantes da escola Pedro Vieira, em Tarilândia, protestam contra a implantação do Ensino Médio com Mediação Tecnológica na instituição

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Inconformados com a decisão do Governo do Estado em transformar turmas de ensino médio regular em Mediação Tecnológica, estudantes da escola estadual Pedro Vieira de Melo, localizada no distrito de Tarilândia, em Jaru, realizaram na manhã desta segunda-feira (21 fev. 2022), um protesto em frente à instituição com o intuito de evitar a alteração que se encaminha para virar realidade.

 

Conforme apurado pelo site Portal P1, a escola Pedro Vieira conta com alunos na Mediação Tecnológica desde 2016, mas a metodologia estava restrita aos estudantes que, embora estivessem matriculados no estabelecimento de ensino, utilizavam o prédio da Escola D’ Jaru-Uaru, graças a uma parceria entre as duas instituições.

 

Entretanto, desde então o Estado de Rondônia tem expandido a Mediação Tecnológica e, atualmente, somente no município de Jaru há turmas nas escolas rurais e também nas instituições localizadas em cada distrito. Outro detalhe a ser considerado é que de 2016 a 2018 todos os alunos contavam com aulas ao vivo via satélite direto dos estúdios do IFRO em Porto Velho, em um sinal enviado por antenas parabólicas até cada sala de aula. Todavia, posteriormente, a Mediação passou a apresentar apenas aulas previamente gravadas.

 

Durante a implantação das novas turmas, a Seduc geralmente conversa com os pais sobre o assunto e explica as razões da mudança de metodologia. Alguns pais se posicionam favoráveis e outros demonstram que são contrários a essa metodologia, alegando prováveis prejuízos ao conhecimento do aluno, gerando assim um empasse que acaba sendo resolvido mediante muita conversa.



 

Em Tarilândia, de forma específica, alunos e pais dizem que são favoráveis à implantação da tecnologia em sala de aula, mas, uma grande parte, discorda do método adotado em turmas de Mediação Tecnológica. Os estudantes alegam que o fato de contarem apenas com aulas gravadas e sem um professor formado em cada área do currículo escolar vai dificultar o esclarecimento de dúvidas, além de diminuir drasticamente o número de profissionais graduados em suas respecticas áreas de formação acadêmica, uma vez que haverá apenas um professor presencial para estar dentro da sala em todas as disciplinas.

 

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc/RO) já se posicionou de forma favorável ao Ensino Médio com Mediação Tecnológica e ressalta que nada estaria sendo feito de forma imposta, mas na base do diálogo. O sistema é muito parecido com o chamado “ensino à distância” que muitas faculdades utilizam Brasil afora apenas em cursos de graduação e, acaba gerando questionamentos, sempre que o Governo do Estado decide pela implantação de novas turmas.

 

Durante o protesto pacífico vários pais e também alunos apresentaram cartazes onde ressaltavam o objetivo do protesto. Entre várias frases de efeito havia os seguintes dizeres: “Professores, são insubstituíveis. Não acabe com a nossa educação”, “Não substituímos professores por telas. Fora Mediação Tecnológica. Educação não é gasto, é investimento”, “Contra Mediação Tecnológica: Queremos nossos professores presenciais. Não queremos aulas tecnológicas”, “Somos distrito, mas temos os nossos direitos que as cidades maiores de termos professores em sala”, reproduziam os cartazes.