Semed diminuiu os horários diários de aula dos alunos ribeirinhos, devido à dificuldade de transporte pelo rio Madeira e pela visibilidade prejudicada pela fumaça
As queimadas têm trazido inúmeros prejuízos aos moradores de Porto Velho. Além da exposição a diversos riscos de saúde, com sérios danos à fauna e flora da região, a população ainda sofre com a escassez de água, causada pela severa seca do rio Madeira, que registrou seu menor índice histórico, desde 1967. Os mais atingidos por toda essa situação são os moradores ribeirinhos que além de sofrerem com a falta de água, tem seu transporte comprometido pela dificuldade de navegação. Alunos que moram na localidade do Baixo Madeira, tiveram que ter suas rotinas de aulas ajustadas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) para que o calendário escolar não fosse comprometido.
No dia 03 de agosto, a Semed em parceria com o Ministério Público do Estado (MPE), Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Conselhos Municipais e Estaduais de Educação e Marinha se reuniram para um planejamento de ações visando promover estratégias para facilitar a continuidade das atividades escolares dos alunos que estudam na localidade do Baixo Madeira, mediante a situação crítica das queimadas, que atrapalha a visibilidade do transporte das voadeiras e da seca do rio Madeira.
NOVOS HORÁRIOS
O resultado da reunião gerou duas portarias; uma estadual de nº 1.403 de 05 de setembro, e outra de âmbito municipal, nº 31 de 09 de setembro, para que as escolas excepcionalmente do Baixo Madeira tivessem seus horários ajustados.
Para o período da manhã, as aulas que antes começavam às 7h30, passaram para 8h30 e finalizando uma hora a menos, às 11h30. No período da tarde, as aulas começam a partir das 13h30, terminando às 16h30, também uma hora mais cedo.
Buscando amenizar a situação de fumaça intensa causada pelas queimadas e a dificuldade de transporte causada pela crise hídrica causada pelo baixo nível do rio Madeira, que dificulta a navegabilidade para o transporte escolar dos alunos ribeirinhos, a Semed emitiu no dia 29 de agosto, um ofício para orientar as escolas urbanas e rurais sobre atividades pedagógicas em virtude da poluição do ar, garantindo a saúde dos alunos e suspendendo as atividades ao ar livre.
De acordo com a secretária de educação da rede municipal, Gláucia Negreiros, essa redução de um horário em cada turno, vai ser recomposta por meio de atividades remotas que vão para casa de cada aluno.
EXCEÇÃO
O único caso excepcional é o da escola municipal no distrito de Calama, Drª Ana Adelaide Grangeiro, onde 20 alunos, na faixa de 4 e 5 anos de idade, por conta da extrema baixa do rio Madeira, só conseguem ter acesso à escola, caminhando cerca de 30 minutos. Para esse caso, a Semed propôs por meio da portaria nº 31 que as famílias decidirão se os alunos irão para as aulas presencialmente ou de forma remota, ficando assim com carga de horário facultativa, visando garantir a segurança física dos alunos.
A portaria ainda estabelece que para as outras escolas, somente será feito ajuste do horário na região do Baixo Madeira. Já na zona urbana e nas escolas do eixo BR- Ponta do Abunã, as aulas seguem no curso normal dentro de sala de aula.
UNIDADES ESCOLARES COM CARGA HORÁRIA REDUZIDA
EMEF Heitor Villa Lobo
EMEF Henrique Dias
EMEF Deigmar de Moraes
EMEF Francisco Braga
EMEF Manoel Maciel Nunes
EMEF Padre Pucci
EMEF Castro Alves
EMEIEF Dra. Ana Adelaide Granjeiro
EMEF João de Barros Gouveia
EMEF Monte HorebI
Fonte: Daniela Castelo Branco
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