Doutores da Amazônia estendem atendimentos de saúde aos Karitianas de Rondônia

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Uma grande ação de saúde na aldeia central dos povos Karitianas vai mobilizar a comunidade indígena da região, no período entre os dias 18 a 25 de fevereiro. Isso porque a Organização Não-Governamental (ONG) Doutores da Amazônia, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), as lideranças indígenas locais, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e o Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI Porto Velho) vão levar os atendimentos médicos especializados na aldeia. Ao todo uma equipe multidisciplinar, composta por 40 voluntários, vai se deslocar para a região.

 

“Nós vamos realizar todos os exames necessários e, quando indicado, vamos doar óculos aos nossos pacientes, entre – 6 a + 6 graus. Também pretendemos focar no treinamento dos agentes de saúde indígena e aplicar a telemedicina para que seja possível fazer um acompanhamento da saúde dos indígenas futuramente. É uma importante ação porque vamos levar saúde de qualidade para essas regiões, pois este é o nosso desafio, além de romper os preconceitos e desenvolver a igualdade, ao proporcionar um atendimento de qualidade e eficiência”, assegura o presidente da ONG Doutores da Amazônia, Caio Eduardo Machado.



 

 

Para facilitar o trabalho da equipe médica, uma máquina óptica portátil será levada até a aldeia com o objetivo de ajudar os profissionais a diagnosticar os problemas oculares dos Karitianas que vivem na localidade. Além dos exames ópticos, os indígenas também serão assistidos por outros tratamentos de saúde, como os serviços odontológicos, assistências de enfermagem e farmacêutica, o exercício fisioterapêutico e o acompanhamento psicológico a fim de zerar as demandas de média e alta complexidade na região.

 

Os Karitianas constituem um dos grupos indígenas que habitam o estado de Rondônia, mas ainda são pouco estudados pela Antropologia. Tradicionalmente, estão localizados nos vales dos rios Candeias, Jamari e Jaci-Paraná que são os grandes afluentes da margem direita do rio Madeira. Entretanto, nos últimos anos, as principais batalhas enfrentadas pela etnia são em favor de sua reprodução física e sociocultural, além de revisar os limites da Terra Indígena Karitiana.

 

Não menos desafiador é a capacidade para o investimento na educação escolar, como forma de conservar várias práticas socioculturais e reforçar o ensino da língua falada e preservada pelos Karitianas, o único tronco linguístico remanescente da família Arikém. No entanto, o crescimento sustentado da população e a complexificação de disputas políticas locais têm conduzido à multiplicação das aldeias, que passaram de duas em 2005 para sete em 2021. Além disso, a recuperação e a valorização de muitas de suas práticas culturais – incluindo as histórias, a pintura corporal, os cantos, o artesanato e as formas tradicionais de ensino e aprendizado – têm fortalecido a presença dos Karitianas como um povo singular na rica paisagem etnolinguística do sudoeste da Amazônia brasileira.

 

 

 

 

Fonte: Soma Comunicação