Entidades que defendem o asfaltamento da rodovia criticam decisão. DNIT argumenta que a mudança busca dar dinamismo aos trabalhos que necessitam ser realizados na BR.
O Departamento Nacional de Transportes (DNIT) transferiu a administração de quase 500 quilômetros da BR-319, situados em território amazonense, para a Superintendência Regional do DNIT de Rondônia. A decisão está em uma portaria publicada na quinta-feira (23).
Segundo o documento assinado pelo diretor-geral do órgão, Antônio Leite dos Santos Filho, o trecho em questão está localizado entre os quilômetros 250,7 e 740. A área engloba uma das partes mais críticas da rodovia, conhecida como “trecho do meio”, situada entre os quilômetros 250 e 655.
Em nota, o DNIT informou que a mudança busca dar dinamismo aos trabalhos que necessitam ser realizados na rodovia, pois “as equipes do Departamento em Rondônia estão localizadas em pontos mais próximos a esse segmento”.
No entanto, movimentos que defendem a estruturação da rodovia, como a “Associação Amigos da BR-319”, criticam a medida e argumentam que a mudança pode atrasar ainda mais a reconstrução da rodovia, já que Rondônia fica, geograficamente, ainda mais distante dos pontos mais críticos da BR.
Segundo a Associação Amigos da BR-319, o território transferido para a administração de Rondônia corta seis cidades do Amazonas: Careiro Castanho, Manicoré, Beruri, Tapauá, Humaitá e Canutama.
Imprópria para o tráfego
Passado mais de três anos e meio desde que o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o cargo, a promessa de asfaltamento da BR-319 ainda não saiu do papel.
Grande parte da rodovia segue imprópria para o trânsito de veículos em meio a impasses ambientais e burocráticos.
São cerca de 900 quilômetros que separam Manaus de Porto Velho, uma distância que poderia ser percorrida em 12 horas de carro.
No entanto, a BR-319 está, há mais de 30 anos, com problemas que dificultam ou até impedem o tráfego.
A recuperação da área está estimada em R$ 1,4 bilhão. A obra ainda deve considerar a construção de 100 pontes erguidas só no “trecho do meio”, além de passagens aéreas e subterrâneas para animais nativos.
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Fonte: G1 Amazonas
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