Antes mesmo do resultado do segundo exame, em Porto Velho, a família do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) e presidente da Agência Municipal de Desenvolvimento, Marcelo Thomé, sabia que estava com o coronavírus.
Em março, Thomé integrou a comitiva do presidente da República Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
O exame feito em um laboratório em Brasília resultou negativo. Thomé retornou a Porto Velho e dois dias depois, por orientações médicas, foi a um posto de saúde e refez o exame. O resultado ficou pronto em cinco dias. “Ao tomar conhecimento que fora positivo, eu já apresentava os sintomas clássicos da doença [dores no corpo, indisposição, perda de olfato e paladar], mais agudos nos primeiros dias, e quando eu recebi a notícia confirmando, já estava saindo do quadro mais crítico da doença”, descreveu.
“Tive ainda congestão, pouca tosse, e nos dois primeiros dias, pequena falta de ar, mas em momento algum isso se agravou me obrigando a ir ao hospital”, disse.
Diferentemente dos que chegaram à rede pública de saúde, Thomé se tratou em casa, usando apenas Paracetamol (também conhecido por acetaminofeno), conforme revelou. Esse remédio é um analgésico e antipirético indicado para a alívio da dor de intensidade leve a moderada, incluindo dor de cabeça, enxaqueca, dor músculo esquelética, dor de garganta, dor de dente, entre outras.
O laudo positivo veio confirmar sua situação de saúde, cujo acompanhamento do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Porto Velho ocorreu por telefone, conforme disse. “Um atendimento bom, tranquilo”, elogiou.
Thomé disse que mora sozinho, mas foi auxiliado por amigos no período de isolamento.
“Durante a infecção, fiquei em casa o tempo todo, me alimentei adequadamente, e procurei evitar a transmissão da doença”, disse.
Segundo ele, o impacto da doença diminuiu, porque ele tinha certeza da presença do vírus, se tratou, e se restabeleceu antes da confirmação do caso positivo. No entanto, a enfermidade causou desconforto à família, ele explica, já que 22 pessoas da comitiva presidencial aos EUA retornaram com a Covid-19 ao Brasil.
Até receber alta, o presidente da Fiero permaneceu recluso. A experiência o motivou a recomendar às pessoas telefonarem para o Cievs (0800 647 5225), para tirar dúvidas e se consultarem. “Não é preciso ir ao hospital, busquem se informar antes de sair de casa e, principalmente, de acordo com o Protocolo de Saúde, até onde eu sei, se você apresentar sintomas é preciso que fique no mínimo 14 dias em casa”.
Thomé também mencionou a necessidade do uso de máscaras protetoras, “estejam as pessoas infectadas ou não, conscientes ou não de serem portadoras da doença”. “Essas máscaras têm sido uma das medidas de controle mais eficaz à expansão do coronavírus: se eu uso uma barreira física e outras pessoas também, diminuímos muito a chance de contágio”, aconselhou.
Classificou de “enorme irresponsabilidade” o fato de muitas pessoas terem deixado suas casas antes de findar o período da quarentena: “Enquanto você está passeando, a economia está derretendo e vidas estão sendo perdidas, então, mais do que nunca, quem não precisa trabalhar, fique em casa até que o comércio reabra e se restabeleça a normalidade”.
O presidente da Fiero reconhece repudiou o clima de férias assim demonstrado por uma parcela da população. “Estamos todos juntos enfrentando uma crise mundial e o momento exige medidas humanitárias, por isso, todos precisam ter consciência de que há um esforço para atravessarmos essa fase”, apelou.
Mesmo na condição de dirigente classista da indústria rondoniense, ele pediu atenção do público às determinações do decreto estadual declarando estado de calamidade pública no estado.
DOENÇA CHEGA AO ANIVERSÁRIO EM FAMÍLIA
No aniversário da filha, dia quatro, uma mãe que pediu anonimato, infectou-se com o novo coronavírus em sua casa, no centro de Porto Velho. Sente dor de cabeça, um pouco de febre e dor no corpo, e está em tratamento.
“Foi só pra entregar os presentes e cantar os parabéns! A notícia na mídia me incomoda, porque diz que eu fiz uma festa e que a gente não estava preocupada com a saúde, quando toda a minha família estava em quarentena; eu jamais imaginava que alguém do grupo pudesse estar com a doença, mas infelizmente, alguém estava, eu estou super arrependida”, disse a mulher.
“Se eu pudesse voltar atrás, jamais faria esse aniversário, sei que errei, então digo: gente fique em casa, use máscaras, lave suas mãos e se cuide, porque é grave”, disse.
Nessa situação, ela recomenda às pessoas os cuidados sucessivamente divulgados pelo Ministério da Saúde e por órgãos de saúde estaduais e municipais. “Continuamos de quarentena em nossa família e hoje sabemos o valor de se preservar a nossa saúde e a saúde de outras pessoas também, aqui e no Brasil”, disse.
COM SINTOMAS DE GRIPE,
O QUE FAZER?
► Se você está com sintomas de gripe, fique em casa por 14 dias e siga as orientações do Ministério da Saúde para o isolamento domiciliar. Só procure um hospital de referência se estiver com falta de ar.
► Pessoas com diagnóstico confirmado de coronavírus precisam ficar em isolamento domiciliar.
► Veja como proteger sua família: 1) A distância mínima entre o paciente e os demais moradores é de 1 metro; 2) No quarto usado para o isolamento, mantenha as janelas abertas para circulação do ar, a porta fechada durante todo o isolamento e limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária.
► Atenção ! Em casas com apenas um quarto, os demais moradores devem dormir na sala, longe do paciente infectado.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Ésio Mendes e Daiane Mendonça
Secom – Governo de Rondônia
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