Insetos são mais comuns durante o período chuvoso. A Idaron listou algumas práticas que ajudam a promover a biodiversidade.
O surto de lagartas desfolhadoras atingiu pastagens de várias propriedades rurais Rondônia. De acordo com Raimundo Cândido, produtor rural da região do Vale do Jamari, há propriedades vendendo gado com o preço menor, para evitar a morte do animal.
“Tem lugar que a pessoa está vendendo gado baratinho para não morrer. Eu tinha um arrendamento ali, ainda bem que eu tenho uma sobra de capinha aqui, senão estaria morrendo de fome o meu gado”, ressaltou.
Em entrevista concedida à Rede Amazônica, Raimundo informou que neste ano ele notou um aumento no número de insetos em relação aos anos anteriores.
“Está muito forte esse ano, esse ano está um ano diferente dos demais. Eu não sei porque se é o ninho ou alguma coisa nessa natureza, mas está complicado”, informou.
As lagartas desfolhadoras são consideradas pragas ocasionais em pastagens, mas quando aparecem em grande quantidade, podem consumir rapidamente um grande volume de pasto. De acordo com a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), os insetos são mais comuns durante o período chuvoso.
As principais espécies de lagartas que atacam as pastagens são a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) e a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda). É importante fazer a identificação, pois a lagarta-do-cartucho costuma ter um controle mais difícil.
Segundo a Idaron, as lagartas são fases jovens de mariposas e borboletas que possuem um aparelho bucal do tipo cortador-mastigador. Durante essa fase de desenvolvimento, elas ficam mais vorazes em busca de alimento e acabam consumindo as folhas, até se alojarem no solo e se transformarem em pupas, onde surgirão os adultos.
A infestação desses insetos acontece devido ao desequilíbrio biológico do sistema. Através de uma nota técnica, a Idaron listou algumas práticas que ajudam a promover a biodiversidade e retomar o equilíbrio. Confira:
Conservação de Áreas Verdes: Manter áreas de vegetação nativa ao redor das pastagens ajuda a fornecer habitat para predadores naturais, como aves de rapina, cobras e pequenos mamíferos.
Rotação de Pastagens: Implementar a rotação de pastagens permite que áreas de descanso se regenerem, criando um ambiente mais diversificado que pode atrair predadores naturais.
Uso de Fertilizantes Orgânicos: Reduzir o uso de fertilizantes químicos e optar por fertilizantes orgânicos ajuda a manter um solo saudável, que por sua vez suporta uma maior diversidade de vida selvagem.
Plantio de Espécies Nativas: Plantar espécies de plantas nativas que fornecem alimento e abrigo para predadores naturais pode aumentar a presença desses animais nas pastagens.
Controle Integrado de Pragas (CIP): Utilizar métodos biológicos, mecânicos e químicos de maneira integrada para controlar pragas, reduzindo a necessidade de pesticidas que podem afetar negativamente os predadores naturais.
Manejo de Resíduos: Manter os resíduos agrícolas, como palha e restos de colheita, pode fornecer abrigo e alimento para predadores naturais.
Correção do Solo: Manter a fertilidade do solo através de técnicas de correção e adubação verde ajuda a criar um ambiente mais saudável para a vida biodiversa.
Ainda segundo a Idaron, para controlar as pragas de forma mais eficiente, é necessário o monitoramento constante da pastagem e identificar os focos iniciais. O monitoramento pode ser realizado por meio de armadilhas tipo delta, com feromônio atrativo para mariposas de Spodoptera frugiperda.
Fonte: Rede Amazônica, g1 RO
Deixe seu comentário