Comoção e revolta marcam enterro de Tainá e do pequeno Gustavo que nem nasceu

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O cortejo fúnebre seguiu pelas principais ruas e avenidas da cidade.
Vários amigos e amigas que seguravam cartazes repudiando tanta violência.

 

Dezenas de pessoas vestindo camisetas brancas saíram em direção ao Cemitério São José

Na tarde da última sexta-feira (03/08), um culto realizado na Igreja Presbiteriana Renovada com a participação de várias pessoas entre amigos, familiares e moradores de Monte Negro, deu inicio as homenagens em memória de Tainá Carina de Lima Mendonça, que tinha 21 anos, quando desapareceu da cidade no dia 27 de outubro de 2017 (sexta-feira), no 9º mês de gravides, faltando cerca de uma semana para o nascimento de um menino que se chamaria Gustavo, sendo que a cesariana já estava até marcada.

Após o culto, dezenas de pessoas vestindo camisetas brancas saíram em direção ao Cemitério São José numa procissão lenta e silenciosa pedindo em seus corações paz ao município, que devido à violência crescente foi tristemente contemplada com uma Delegacia de Polícia Civil.

O cortejo fúnebre seguiu pelas principais ruas e avenidas da cidade acompanhada pelos olhares daqueles que estavam trabalhando e não puderam participar das homenagens, mas que esperam que a Justiça seja feita.

Pouco depois das 17 horas o Carro Fúnebre levando um pequeno caixão branco com os restos mortais da mãe Tainá e de seu filho Gustavo, que não teve a oportunidade de ver a luz do dia chegou ao cemitério ao som do choro da mãe de Tainá e avó de Gustavo, da avó de Tainá e Bisavó de Gustavo e de vários amigos e amigas que seguravam cartazes repudiando tanta violência e pedindo que as autoridades solucionem o mais rápido possível, o caso que teve repercussão nacional.



O caixãozinho com Mãe e filho foi colocado em um jazigo sob forte comoção, a Vereadora Marineide Rodrigues lamentou não ter sido declarado Ponto Facultativo no município para que outras pessoas pudessem comparecer ao enterro e disse que vai cobrar uma resposta para o caso.

O ex-Vereador e Tio de Tainá, Denivaldo, falou que acompanhou o caso desde o início e afirmou que naquela época já cobrou das autoridades a prisão do assassino e que vai continuar cobrando até que o “monstro” que matou sua Sobrinha seja apresentado.

A Professora Renata, que dava aulas para Tainá na Escola Mato Grosso, disse chorando que a menina era uma ótima aluna, amiga de todos na escola e que tinha um futuro promissor, pois era inteligente, dedicada e tinha boas notas e encerrou perguntando o porquê de tanta violência.

A avó de Tainá foi muito clara ao afirmar aos prantos, que o assassino pode fugir da Justiça dos homens, mas que da Justiça de Deus, o “monstro” não tem como escapar.

Dona Maria, mãe de Tainá que estava muito emocionada, falou apenas que a angústia de saber se sua filha e seu neto estavam vivos ou não acabou, mas que permanece a angústia de ainda poder ver o assassino atrás das grades. Após o enterro, familiares, amigos e populares deixaram o cemitério do mesmo jeito que chegaram, em silêncio.