Cólica infantil: estratégias para aliviar o desconforto do bebê

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Cólica infantil: estratégias para aliviar o desconforto do bebê

 

  • Entenda as causas mais comuns da cólica em bebês e conheça boas práticas para proporcionar alívio e conforto

 

Nos primeiros meses de vida, é comum que os pais se deparam com choros inconsoláveis no fim da tarde, acompanhados de carinhas vermelhas e barriguinhas enrijecidas. Essa combinação de sinais costuma indicar um quadro de cólica, algo que, apesar de ser frequente, costuma gerar insegurança e muitas dúvidas nas famílias.

 

Estima-se que até 20% dos bebês apresentem episódios de cólica, especialmente entre a segunda semana e o terceiro mês de vida. Embora não esteja associada a uma condição de saúde grave, a cólica infantil pode comprometer o bem-estar do bebê e afetar significativamente a rotina dos cuidadores, impactando o sono, a amamentação e até o vínculo afetivo.

 

Compreender o que causa esse desconforto e saber como agir faz toda a diferença. Felizmente, há medidas que ajudam a aliviar os sintomas e tornar essa fase mais tranquila tanto para o bebê quanto para quem cuida dele.

 

O que é a cólica infantil e por quê ela acontece

Logo após o nascimento, o sistema digestivo do bebê ainda está em fase de amadurecimento. O intestino é colonizado por microorganismos que compõem a microbiota intestinal, também chamada de flora intestinal.

 

Esse processo é fundamental para a digestão, absorção de nutrientes e equilíbrio imunológico. No entanto, nos primeiros meses, esse ecossistema ainda está se formando, o que pode gerar fermentações excessivas e acúmulo de gases.

 

Além disso, o movimento peristáltico – responsável por empurrar o alimento ao longo do intestino – também é imaturo. Isso significa que o leite pode permanecer por mais tempo no trato gastrointestinal, favorecendo as distensões abdominais e os desconfortos.

 

Principais fatores que contribuem para a cólica

Deglutição de ar

Entre os fatores mais comuns associados à cólica infantil, a deglutição de ar durante a amamentação ocupa um lugar de destaque. Quando o bebê mama de forma apressada, ele pode acabar engolindo ar junto com o leite, o que favorece a formação de gases no intestino. Esse excesso de ar pode gerar desconfortos que serão respondidos com choro.

 

O uso de mamadeiras com bicos inadequados ou posicionadas de forma incorreta também colabora para esse processo. Da mesma forma, um ambiente com luzes fortes, ruídos intensos ou mudanças bruscas de temperatura tende a deixar o bebê mais agitado e sensível, o que pode agravar os desconfortos causados pela cólica.

 

Alimentação da lactante

Outro aspecto importante é a alimentação da mãe ou da lactante que amamenta a criança. Quando em fase de amamentação exclusiva, determinados alimentos consumidos por ela — como couve-flor, repolho, feijão, leite de vaca e café — podem alterar a composição do leite e favorecer a produção de gases. É por isso que manter uma alimentação equilibrada e observar a resposta do bebê pode ajudar a evitar episódios de cólicas.



 

Microbiota do bebê

Além de todos esses fatores, a composição da microbiota intestinal do bebê tem papel central. Estudos indicam que crianças com cólica apresentam menor diversidade de bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, e maior presença de micro-organismos oportunistas produtores de gases, como Escherichia coli e Klebsiella spp.

 

Isso pode desencadear fermentações exacerbadas no intestino dos pequenos, o que contribui para a formação de gases que resultam nos desconfortos típicos do quadro.

 

Sintomas da cólica do bebê

Os episódios de cólica infantil costumam seguir um padrão bastante característico. Normalmente, ocorrem em horários específicos do dia — com maior frequência entre o final da tarde e o início da noite — e seguem uma sequência de comportamentos que ajudam os pais a identificar o que está acontecendo.

 

O choro intenso é o sinal mais evidente. Ele geralmente surge de forma repentina, tem tom agudo e se estende por mais de três horas, mesmo quando o bebê está alimentado, trocado e aparentemente sem nenhum outro motivo externo claro.

 

Essa duração prolongada do choro, repetida por vários dias da semana, configura um dos principais critérios para a identificação da cólica do lactente.

 

Outros sinais incluem:

abdômen distendido e endurecido, indicativo do acúmulo de gases;

movimentos repetitivos de flexão das pernas em direção à barriga, como tentativa do próprio bebê de aliviar a pressão interna;

rubor facial e punhos cerrados também podem ocorrer, uma vez que o bebê pode estar fazendo força para liberar o intestino.

 

Mesmo com esses sintomas, se o bebê geralmente continua a se desenvolver bem: mantém o ganho de peso, mama normalmente e apresenta evacuações dentro do esperado para a faixa etária. Saiba que está tudo bem com ele e, provavelmente, não há nada com o que se preocupar.

 

Ainda assim, o impacto emocional para os cuidadores costuma ser alto, com sensação de impotência diante do sofrimento da criança — o que reforça a importância de buscar apoio pediátrico quando necessário.

 

Quando procurar orientação médica

Embora a cólica seja considerada uma condição benigna, é essencial observar sinais de alerta que indiquem a necessidade de avaliação médica.

 

Se o bebê apresentar febre, vômitos, fezes com sangue ou recusar o alimento com frequência, é importante buscar um pediatra. Essas manifestações podem indicar outras causas para o desconforto, como infecções ou alergias alimentares.

 

 

 

Fonte: Isabella Miglioli – SEO Marketing Brasil