17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade e tem como objetivo chamar a atenção para este problema que impacta e na mortalidade infantil. Ensaio fotográfico aconteceu na manhã desta terça-feira.
Em lembrança ao Dia Mundial da Prematuridade, neste 17 de novembro, a equipe de saúde da Unidade Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital de Base em Porto Velho preparou uma surpresa para as mães que têm bebês internados: um ensaio fotográfico.
Fabiane Moraes tem 19 anos e é mãe de primeira viagem da Helena Vitória, que nasceu no dia 13 de outubro com quase sete meses. A surpresa do ensaio fotográfico animou a mãe que tem buscado fortalecer o laço com a filha.
“Quando a gente está gestante a gente prepara tudo, a roupinha, o quarto, mas quando ela veio pra cá (UTI) a gente sente que não é mãe ainda. Mas com as fotos a gente vai vendo e revendo e esse vínculo aumenta”, diz.
Daniele Machado de 33 anos é a mãe da Maria Alice, de 13, que é mãe da Maria Eduarda. A bebê nasceu com 1,2 quilo no último dia 5 de novembro, e segue na UTI neonatal para ganhar peso.
“A placenta foi muito ruim, e por isso ela nasceu antes do tempo para que pudesse ganhar peso aqui fora. Ela ainda se alimenta por sonda, mas quando cheguei hoje de manhã, ela já queria mamar. É muito bom ver a evolução do meu bebê”, diz Maria Alice.
Para a avó da Maria Eduarda, a pequena nasceu no momento certo. “Perdi um filho há sete meses. Ele tinha 17 anos, e teve cardiopatia congênita. Então voltar ao hospital mexe muito comigo, mas dou graças a Deus por ter a Maria Eduarda na minha vida, porque não é fácil perder um filho e é a Maria Eduarda que está me dando força, mesmo aqui na incubadora”.
O ensaio fotográfico, conta Lúcia Maiorquim, pediatra neonatologista, é uma forma da mãe ter uma lembrança, em forma de registro, de todo o processo do bebê até que ele possa ter a tão esperada alta do hospital e ir para casa com a família.
“É um presente para as mães e toda a família, pois quando elas colocam um bebê prematuro em uma UTI neonatal é uma luta diária, não são dois, três, quatro dias. Têm mães que a gente fica com elas 90, 120 dias, e elas aqui, nessa luta. Esse presente é uma forma de acalentar o coração dessa mãe e é uma lembrança do bebê dela e de todo o processo”.
Quando o bebê nasce prematuro, toda a família acaba envolvida. É o que explica a pediatra neonatologista que ressaltou a importância do acompanhamento.
“Toda a base de apoio, que é a família, é envolvida por esse bebê que nasce antes do tempo e fica aquela indecisão: “será que o bebê vai sobreviver?” e por conta dessa esperança que a gente preza tanto pelo cuidado com o prematuro. Porque quando você cuida de um bebê prematuro, cuida também de todo esse apoio psicológico”, afirma.
A fotografa Fernanda Amaral conta que, mesmo tendo experiência em fotografar crianças, o convite para atuar em uma ala de hospital chamou a atenção e ela diz que aceitou o convite com carinho.
“Nunca tive essa experiência de estar dentro da UTI e ver o que os bebês estão passando e também a luta. Achei a ideia bem bonita e interessante”.
Na manhã desta terça-feira (17), a ala de UTI Neonatal estava com 36 bebês nas incubadoras. A presença do pai da criança, no período de pandemia, foi suspensa. Por hora, o setor tem recebidos as mães para fortalecimento dos pequenos e para aumentar o laço materno.
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