ALTA NO VALOR DA CARNE BOVINA MEXE COM COMÉRCIO VAREJISTA, E VENDAS CAEM ATÉ 50% EM JARU, RO

Publicada em


Foto: Rick Silva, PortalP1

 

Já estamos no mês de dezembro. Mês que tem a comemoração mais esperada por grande parte da população, que é o natal. Normalmente, neste período, as mesas se tornam mais fartas e as churrasqueiras mais utilizadas. É hora de bater a poeira da grelha e dos espetos e preparar a carne para o churrasco. Mas que carne? Uma coisa é certa: a carne bovina, que sempre predominou na churrasqueira, deve ficar em segundo plano para muita gente. A alta da carne bovina já é sentida em todo o país, e aqui em Jaru não é diferente.

O Jornal Eletrônico Portal P1 foi a uma casa de carne da cidade, para ver de perto o que acontece no mercado neste momento. Cleber de Souza está no segmento varejista de carne, principalmente bovina, e, garante que muita coisa mudou nos últimos dias. No âmbito de suas negociações, houve um aumento de R$6,00 a R$7,00 por quilo de carne. Em contra partida, o ganho de seus fregueses continua o mesmo.

Quem, costumeiramente, comprava em média R$50,00 por semana, hoje compra muito menos, ou nada. Segundo Cleber, as carnes que são consideradas nobres, como: picanha, filé mignon, alcatra, contra filé e outras, têm uma saída mais rápida, por terem destinos certos: os restaurantes. Lá, o aumento é repassado aos consumidores finais e a grande vilã da história é protagonizada pela carne de segunda.

Essa é a preferida das pessoas que frequentam o açougue todos os dias, pessoas estas, que andam um pouco sumidas depois do inesperado aumento da arroba do gado bovino. Durante a entrevista, várias pessoas entraram no açougue, perguntaram o preço do famoso “bife”, e saíram levando carne suína ou frango. Cleber acredita que em pouco tempo o valor do frango e do suíno também deverão ter um acréscimo, não na proporção do boi.



O estabelecimento comercial de Cleber, além de açougue, é composto também por uma mercearia bem diversificada, conseguindo, assim, atingir uma gama de clientes ainda maior.

Ainda assim, o açougue que antes vendia 10 bois por semana, hoje não ultrapassa a marca dos 5, ou seja, uma queda brusca de 50% nas vendas da carne bovina. O açougueiro nos convida para conhecer as instalações internas do açougue e diz que naquele momento, todos os equipamentos deveriam estar em pleno funcionamento, porém, diante do atual cenário, as operações também foram reduzidas. No momento do fechamento da entrevista, Cleber de Souza disse que em meados de janeiro de 2020 a arroba bovina terá uma queda no preço.

Enquanto isso não acontece, o jeito é diversificar na cozinha para não ficar sem carne. A dona de casa, Rute Pereira, de 52 anos, comprou um frango para o almoço e nos disse sorrindo:

“Ah, meu filho, o jeito é usar a criatividade na elaboração do cardápio. Lá em casa um dia é frango, no outro é porco, no outro é calabresa, ovo, e assim vamos levando. Carne de boi agora é luxo”.

Jornal Eletrônico PortalP1 – Rick Silva, “O Radar”