Agricultor colhe castanhas que plantou há 36 anos em seu quintal

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Sua propriedade é referencia para pesquisadores e estudantes

 

 

O agricultor do município de Ariquemes, Flávio Shimitz, hoje com 69 anos de idade, chegou a Rondônia no ano de 1979, adquirindo sua propriedade rural na Linha C-60, conhecida como desvio do Travessão B-40, local onde vive com sua família.

Constantemente é procurado pela imprensa, por conta de uma atitude de 36 anos atrás, quando teve a ideia de plantar castanheiras no quintal de sua casa, talvez a única pessoa no mundo a ter tal atitude, de acordo os técnicos agrícolas da região, eles desconhecem outra pessoa que tenha feito o mesmo, pois a árvore nativa da Amazônia, além de levar mais de 14 anos para produzir os primeiros frutos, é uma das mais altas da floresta, podendo chegar a 50 metros, e representa um perigo no período de queda dos frutos, pois a casca é muito dura e abriga entre 8 e 24 sementes, que são as apreciadas castanhas.

As sementes de suas castanheiras são doadas para o viveiro municipal, que produzem mudas e servem de experimentos técnicos para estudo e melhoria genética da planta.

Na última quarta-feira (28), o senhor Shimitz, recebeu em sua propriedade, alunos da Escola Municipal Vinícius de Moraes, que atentamente acompanhou a equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ariquemes, técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e professores da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (Faema), que mais uma vez demostrou as técnicas desenvolvidas com a planta.

Após algumas explicações os técnicos utilizaram um caminhão com cesto de elevação, para que fossem retirados pequenos galhos da árvore e depois, sob os olhares da plateia, demonstraram o passo a passo de como é a forma correta de se fazer o enxerto, utilizando a base da muda, de cerca de um ano, unindo-se ao galho retirado. Esse procedimento, segundo os técnicos, diminui pela metade o tempo de produção, ou seja, 7 anos.



O objetivo é incentivar os alunos, que são moradores da zona rural, a fazerem o mesmo onde moram, recompondo a quantidade de árvores nativas na natureza e transmitindo uma lição de que, apesar de vivermos em um mundo onde tudo se pensa em ter “agora”, deve-se ter atitudes de longo prazo.

A castanheira, além dos frutos que são muito valorizados no mercado, e existe uma grande tendência de ser ainda mais no futuro, pois há um aumento da demanda e, com a evolução dos desmatamentos, houve uma grande diminuição de árvores, que normalmente estão nas florestas, e por isso existe uma proteção especial por meio dos órgãos ambientais, também possui uma das madeiras mais nobres e de altíssimo valor.

Cheio de orgulho, o agricultor e ambientalista, Flávio Schimitz, diz que quando plantou as árvores, não pensava que iria colher seus frutos, fez porquê achava bonita e pra viver em um ambiente de floresta.

“Eu colho em média 500 quilos de castanha todo ano, estas árvores aqui perto de minha casa são as que mais produzem”, disse se referindo a algumas árvores que tem no mato, dentro de sua propriedade. “Esse ano estou prevendo uma colheita de uns 200 quilos, porquê tem ano que produz menos, é o chamado de recomposição da planta”, explicou Shimitz.

Autor: Ítalo Coelho – DRT 1120