O Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), elaborou recentemente um plano de intensificação de ações para eliminação da sífilis congênita em todo o Estado, a fim de contemplar demais municípios com certificação. O plano, elaborado pelo Núcleo Estadual de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, faz parte das ações do termo de cooperação entre Agevisa, Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Ministério da Saúde, que visa fortalecer a vigilância e o controle da doença no Estado.
Rondônia foi contemplada com a certificação da eliminação da sífilis congênita, sendo os municípios elegíveis: Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná e Vilhena, por estarem próximos da meta proposta pela OMS, de 0,5 casos/1.000 nascidos vivos.
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, sistêmica, curável e exclusiva do ser humano. De evolução crônica, alterna períodos de atividade e aparente inatividade, com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas. A principal via de transmissão é sexual (sífilis adquirida), seguida pela transmissão vertical (sífilis congênita), da mãe para o filho durante a gestação.
No período de 2014 a 2016, houve um aumento no número de casos de sífilis no Brasil, tendo como um dos motivos o desabastecimento do antibiótico Benzetacil, que serve para combater infecções bacterianas, além do aumento de notificações em decorrência das ações extramuros com a execução de testes rápidos para Sífilis.
A coordenadora Estadual de IST, Aids e hepatites virais da Agevisa, Gilmarina Silva Araújo, enfatizou a importância do Estado de Rondônia ser contemplado com o plano, o qual foi construído juntamente com os municípios elegíveis e a Gerencia Técnica de Vigilância Epidemiológica da Agevisa.
O plano contempla os eixos de cuidado integral em vigilância da gestante e seu parceiro sexual, com intuito de prevenir à sífilis congênita, qualificando assim o pré-natal da gestante e do homem. “Uma vez prevenindo a sífilis adquirida, não teremos sífilis congênita. Dessa forma, para alcançarmos a meta, é necessário que todos estejam envolvidos nas ações de prevenção, diagnóstico e tratamento”.
Gilmarina descreve que o objetivo do plano é qualificar as linhas de cuidado no atendimento às gestantes e seus recém-nascidos com vistas à eliminação na transmissão vertical da sífilis no Estado.
PLANO DE AÇÃO
A chefe do Núcleo Estadual de IST, Aids e hepatites virais da Agevisa acentua que dentro dos objetivos do plano, foram elaborados pontos específicos até a qualificação do pré-natal, tais como: aumento da cobertura da prevenção, testagem e diagnóstico da sífilis no pré-natal e parto; cobertura de tratamento adequado das gestantes com sífilis e suas parcerias sexuais; e ampliação da rede de serviços no Estado de acordo com o Protocolo de Prevenção da Transmissão Vertical da Sífilis do MS.
“Neste protocolo, por meio da Portaria nº 2104/2002, já se tem o projeto Nascer-Maternidades, dentro do Estado, que também trabalha toda essa qualificação em relação à gestante”, pontua Gilmarina.
Como parte do plano, também estão a implementação das ações de vigilância epidemiológica e atenção primária à saúde nas regionais de saúde e municípios, visando a melhoria das ações de prevenção, notificação, investigação, controle e qualificação do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), relacionado à sífilis; implantação e implementação de ações efetivas na prevenção da transmissão vertical da sífilis em adolescentes.
Gilmarina ressalta, que dentro do plano, “é contemplado também a aquisição de equipamentos como computadores, para estar melhorando a infraestrutura da vigilância epidemiológica dos quatro municípios contemplados, além das regionais de saúde”.
Um termo de cooperação foi feito entre a Agevisa, e os municípios elegíveis para pactuação das ações do plano por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde, com o recurso para a execução do projeto no valor de R$ 500 mil. “Em cima desse valor, foram propostas algumas ações, tais como a contratação de apoiadores em cada município, para desenvolver o plano de trabalho”.
No plano, são trabalhados os eixos de governança, sendo prevenção, diagnóstico, assistência junto a apoiadores, equipe técnica e coordenação, fazendo um monitoramento. “Nisso, foram detectados alguns gargalos existentes na rede de atenção à saúde, a qual foram implementadas algumas ações. O projeto está sendo desenvolvido até 16 de junho por meio de um aditivo temporal. As ações irão continuar, pois para que o município receba a certificação, é preciso estar monitorando a cada dois anos. Se em três anos, os municípios atingirem a meta de 0,5 casos/1.000 nascidos vivos, serão certificados pela Opas/OMS/MS em relação à eliminação da sífilis congênita dentro do Estado de Rondônia. Em paralelo ao plano, a coordenação também trabalha para desenvolver ações em outros municípios. O propósito é garantir a eliminação congênita e receber a certificação da Opas a nível de Estado”, afirma a chefe do Núcleo Estadual.
O Estado tem disponível nas unidades de saúde, a testagem rápida para HIV, sífilis, hepatites B e C e o tratamento oportuno e adequado por penicilina benzatina a gestantes e parcerias sexuais no pré-natal, conforme o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde.
A chefe de núcleo afirma que a importância das ações é conscientizar as pessoas a procurarem a unidade de saúde para fazer o teste rápido para HIV, sífilis e hepatites B e C, que são doenças silenciosas. “Reforçamos o uso do preservativo, que também é disponibilizado ao público e, justamente, prevenir essas infecções”.
“O plano traz a qualificação dos profissionais de saúde, e a conscientização na abordagem à população, a importância do pré-natal do homem, e a qualificação do pré-natal da gestante. Desta forma, teremos crianças saudáveis”, finaliza Gilmarina.
Fonte
Texto: Richard Neves
Fotos: Maicon Lemes e Giliane Perin
Secom – Governo de Rondônia
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