Temer sanciona lei que cria Sistema Único de Segurança Pública

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presidente Michel Temer sancionou nesta segunda-feira (11), em uma cerimônia no Palácio do Planalto, a lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

O texto, aprovado pela Câmara e pelo Senado, estabelece diretrizes para a atuação conjunta de diferentes órgãos de segurança federais, estaduais e municipais. Farão parte do sistema, por exemplo, a Polícia Federal e as polícias civis e militares.

Para o presidente, a criação do Susp é um passo “importantíssimo” no combate à violência no país. Ele disse que integração é o principal conceito a ser utilizado pelo Ministério da Segurança Pública, que vai coordenar o programa.

“Hoje damos passo importantíssimo para dar mais tranquilidade ao povo brasileiro. O Susp, eu estou certissimo, que estará logo incorporado no vocabulário do povo”, afirmou o presidente.

“Temos de levar adiante a ideia da integração. A questão-chave para criação do Ministério da Segurança é integração”, completou ele.

Na solenidade, Temer também assinou uma medida provisória que transfere recursos de loterias para o Ministério da Segurança Pública.

Susp

O objetivo é que o novo sistema padronize os procedimentos no setor de segurança pública. Para isso, os órgãos que fazer parte do sistema deverão compartilhar informações e promover troca de conhecimentos técnicos e científicos.

Principais pontos do sistema:

  • Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
  • estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
  • compartilhamento de informações;
  • intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.

Os registros de ocorrência policial e as investigações também terão que seguir um padrão.



Caberá ao Ministério da Segurança Pública pasta fixar metas anuais, de acordo com a competência de cada órgão, que deverão ser baseadas em indicadores públicos para demonstrar os resultados de forma objetiva.

A nova lei também cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que estipula princípios para a atuação dos órgãos de segurança, como o uso comedido e proporcional da força.

R$ 800 milhões

Após o evento no Palácio do Planalto, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a estimativa é a pasta receber R$ 800 milhões a mais neste ano com os repasses de recursos de loterias – R$ 13 bilhões já estão previstos no Orçamento.

Em 2022, a previsão é que a verba repassada pelas loterias alcance R$ 4,3 bilhões.

No entanto, neste cálculo, além do repasse de parte do que for arrecadado por loterias esportivas, já está sendo considerada outra loteria que ainda será criada, a Loteria Instantânea Exclusiva, a Lotex.

Vetos

Entre os pontos vetados por Temer estão trechos que incluíam no Susp o sistema socioeducativo, voltado para o atendimento de jovens infratores.

G1 apurou que a inclusão tinha sido patrocinada por parlamentares da bancada da segurança pública no Congresso, que se autointitula “bancada da bala”, mas foi vetada a pedido do ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.

Segundo Rocha, a transferência do atendimento socioeducativo da pauta de direitos humanos para a segurança pública fere as normativas internacionais, em especial os princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, dos quais o Brasil é signatário.

Além disso, de acordo com o ministro, a proposta não está alinhada com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com a lei que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

 Fonte: Fernanda Calgaro, G1, Brasília