Reviravolta no caso Tatila Portugal: Laudo revela suicídio um ano depois e MP-RO pede liberdade de cantor que era acusado de feminicídio

Publicada em


 

Um ano depois da morte de Tatila Portugal o caso ganhou uma reviravolta. Um laudo pericial feito recentemente no celular da vítima apontou que ela possivelmente cometeu suicídio. Diante dos novos indícios, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entrou com pedido para que o cantor, até então acusado de feminicídio, seja liberado da cadeia.

 

Um documento que o g1 teve acesso mostra uma possível conversa entre Tatila e uma terceira pessoa. No rápido diálogo, a vítima faz menção em querer se matar. A tese de suicídio também era sustentada pelo acusado, o ex-namorado de Tatila, Cleverson Siebre, conhecido como cantor Kevyn.

Perícia 1 ano depois

 

Tatila foi achada morta no dia 6 de setembro do ano passado, no apartamento do casal. No documento do MP-RO obtido pela reportagem, a defesa solicitou uma reprodução simulada dos fatos e também uma perícia no celular da vítima.

Segundo alegação do réu, no aparelho haveria informações sobre uma conversa de Tatila com uma terceira pessoa, onde indicava a intenção de cometer suicídio.

O MP, diante do pedido da defesa, solicitou auxílio técnico da Superintendência da Polícia Federal em Rondônia (SR/PF/RO) para ser feita a perícia de extração e degravação de todo conteúdo do aparelho celular de Tatila. Depois, o celular foi encaminhado para Brasília (DF).

Últimas conversas

 

Após ter acesso às conversas do celular da vítima, o MP descobriu que, momentos antes de morrer, Tatila entrou em contato por WhatsApp com uma mulher chamada “Mãe Dora”.

Na mensagem, Tatila escreveu que “não era capaz de suportar” e então se despediu.



Caso Talita Portugal: últimas conversas com ‘mãe Dora’ mostram Tatila se despedindo — Foto: MP-RO

Ainda antes de morrer, a vítima falou com um parente, salvo na rede de contatos como “padrinho”. Foi observado pelo MP que o teor dessa conversa com o ‘padrinho’ também fez menção sobre cometer suicídio.

O documento aponta que as demais testemunhas ouvidas no caso são categóricas em dizer que Tatilanão apresentava comportamento depressivo.

CLIQUE AQUI E SIGA O PORTALP1 NO YOU TUBE

CLIQUE AQUI E SIGA O PORTAL P1 NO INSTAGRAM

 

Pedido de liberdade

 

Diante da nova prova trazida pelo MP, foi considerado que não há elementos que autorizem a pronúncia do acusado pelos crimes descritos na denúncia, como feminicídio. Segundo o MP, fica claro que Cleverson Siebre não foi autor de nenhum crime.

Foi ainda pontuado pelo MP que “não seria razoável pronunciar o réu ao Tribunal do Júri”, pois a prova dos autos não é suficiente.

Por conta disso, o MP pediu a revogação do decreto preventivo, a fim de que o cantor seja colocado imediatamente em liberdade.

Ao g1, Cleverson Siebre, o advogado Jakson Silva, afirma que aguarda o parecer do juiz para que o cliente seja colocado em liberdade e assim haja o arquivamento do processo.

“A demora da entrega laudo pericial celular da vítima se deu em razão que o Estado de Rondônia não conseguiu desbloquear o aparelho, sendo necessário apoio da PF de Brasília. Agora estamos aguardando decisão judicial hoje sobre a soltura”, disse o advogado.

Fonte: G1 RO