Oxigênio medicinal será levado de Manaus para Porto Velho, onde depois será redistribuído aos municípios. Estado vive crise na saúde, com hospitais lotados e risco de ficar sem oxigênio a partir de quarta-feira (24).
Com os hospitais públicos de Rondônia à beira do colapso total, o Ministério da Saúde informou na tarde deste domingo (21) que vai aumentar o envio de oxigênio medicinal ao estado a partir de segunda-feira (22).
Segundo a pasta do governo federal, serão fornecidos 5.400 m³ do produto por dia ao estado rondoniense, inclusive aos finais de semana.
O Ministério da Saúde ressaltou ainda que o oxigênio medicinal será levado de Manaus para Porto Velho, onde depois será redistribuído aos municípios. O oxigênio enviado do Amazonas será feito por meio de isotanques e os embarques acontecerão em aeronaves KC-390, do Ministério da Defesa.
O anúncio de que vai reforçar o oxigênio das unidades de saúde de Rondônia veio dois dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviar um ofício ao ministro da saúde alertando sobre o risco de desabastecimento.
“O fornecimento diário não tem previsão para parar. Caso haja necessidade, um meio de transporte adicional pode chegar a até 10 mil m³ por dia, baseado em tanques tipo Permacyl (modelo diferente de tanque criogênico, com menor volume, mas adaptável a outras aeronaves) em aeronaves C-130, também do Ministério da Defesa, partindo de fábricas e aeroportos localizados em diversos pontos do país”, informou o Ministério à PRG.
Risco de desabastecimento
Segundo a empresa que fornece oxigênio para hospitais a 33 cidades, o atual estoque de oxigênio só deve durar até a quarta-feira (24).
Na dia 12 de março, o Ministério da Saúde havia anunciado que garantiria 80 mil m³ por mês para os estados de Rondônia e Acre, sendo enviados em remessas três vezes por semana. Porém, de acordo com o ofício do Ministério Público Federal (MPF), esse volume de oxigênio não é mais suficiente devido ao colapso na saúde do estado.
Já na sexta-feira (19) foi entregue ao estado, através do Ministério da Saúde, uma carga de 5 mil m³ de oxigênio, que foi suficiente para atender apenas o Hospital Municipal de Ariquemes (RO), a 200 quilômetros da capital.
Ainda na sexta-feira, o procurador da República em Rondônia, Raphael Bevilaqua, avisou o Ministério da Saúde sobre o risco dos hospitais ficarem sem oxigênio medicinal. A pasta tinha até a segunda-feira (22) para informar as medidas a serem adotadas.
Covid-19 em Rondônia
Rondônia está há cerca de dois meses com a lotação máxima dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospitais públicos. De acordo com boletim divulgado pelo Governo do Estado na última sexta-feira (19), 856 pacientes estavam internados em enfermarias e UTIs com a Covid-19 e cerca de 150 aguardavam por um leito.
Neste sábado (20), 15 pessoas precisaram ser transferidas para o Amazonas por falta de vagas nos hospitais de Rondônia. Desde o início da pandemia, 3.589 moradores morreram no estado com a doença.
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