Área da reserva tinha sido invadida em setembro e, em outubro, justiça tinha autorizado desocupação após um estudo técnico
Dois meses depois de invasores adentraram na reserva extrativista Aquariquara, uma operação de reintegração da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) retirou dezenas de pessoas que estavam na área, localizada nos municípios de Machadinho D’Oeste (RO) e Vale do Anari (RO). Oficiais de justiça também acompanharam a retirada.
Segundo a Sedam, a reintegração da área aconteceu após um estudo técnico com levantamento do número de pessoas que se encontravam no entorno da reserva. Durante essa checagem do local, foram constatados que haviam aproximadamente 500 pessoas na área.
Para fazer retiradas das famílias, foram utilizados 100 policiais na operação, que contou ainda com a participação de oficiais de Justiça e servidores da Sedam, Samu e Corpo de Bombeiros.
De acordo com a PM, dias antes da realização da reintegração, os invasores mudaram de local, porém, o trabalho conjunto das autoridades conseguiram identificar o novo endereço e deram o cumprimento a ordem judicial.
Ao todo, foram encontradas 68 pessoas no novo acampamento. Estes invasores foram levados para escola na Vila São Marcos e depois encaminhados para seus destinos, com alguns ficando em uma escola no Vale do Anari. Outras pessoas apontadas no estudo técnico haviam deixado a área antes do cumprimento da reintegração, iniciada na sexta-feira (18).
Neste domingo (20), o governo de Rondônia informou ter ofertado logística e promovido assistência durante desocupação e reintegração de posse da zona de amortecimento.
“A operação contou com a presença da gerente Regional da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seas) e cinco conselheiras tutelares, sendo três do Vale do Anari e duas de Machadinho D’Oeste, além da equipe técnica municipal nas escolas que foram ponto de apoio durante a operação”, diz o governo do estado.
“As famílias serão reintegradas à sociedade, como também serão acompanhadas para cadastro em programas sociais, conforme a necessidade. Já os Conselhos Tutelares dos dois municípios, órgãos que prestaram total apoio à operação, em garantia ao direito das crianças e adolescentes, verificaram a documentação, frequência escolar (para saber se está baixa), e se as vacinas estavam regularizadas”.
Reserva Aquariquara
A reserva foi criada no ano de 1995 através do Decreto – 7.106 e possui uma área de 18.100 hectares. Segundo a Sedam, a área vem sofrendo com constante extração ilegal de madeira e ameaça de invasão.
A Reserva Extrativista Aquariquara foi invadida no final de setembro deste ano a polícia retirou os invasores e eles ficaram acampados no entorno da reserva.
No dia 7 de outubro foi concedida liminar para desocupação da área em 48 horas; os acampados foram comunicados, porém, devidos às condições, foi solicitado o estudo técnico.
Durante elaboração do estudo foi constatado que no local havia vários acampamentos montados, incluindo um auditório improvisado para reuniões. Também havia bandeiras e homens que vestiam camisetas com a palavra ‘segurança’.
Na visita feita, foi contabilizada in loco a quantidade de 83 barracos, compostos de lona, palha e troncos de árvores, de maneira bastante rústica e precária.
“Todos os barracos que formam o acampamento possuem o mesmo padrão de construção com varas de madeira, palha e lona, os barracos coletivos sugerem que eles pertencem a mais de uma família”, diz o relatório.
Apesar das algumas adversidades encontradas pelo caminho, todo processo foi realizado sem confronto entre a polícia e invasores.
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