MEC diz que ainda não finalizou contrato para fazer o Enem digital

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É a primeira vez que o Enem terá prova em computadores, marcadas para 31 de janeiro e 7 de fevereiro; 96 mil candidatos estão inscritos nesta modalidade, 1,7% do total.

 

O Ministério da Educação (MEC) ainda não fechou o contrato para fazer a versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Os custos também não estão definidos.

 

A pouco menos de 60 dias da prova, o contrato ainda está em fase de finalização, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do MEC responsável pela realização do Enem.

 

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As provas estão marcadas para 31 de janeiro e 7 de fevereiro, após a realização da versão impressa, que será em 17 e 24 de janeiro.

 

Mais de 96 mil pessoas (1,7% do total de 5,8 milhões de candidatos) estão inscritos no Enem digital, que será feito pela primeira vez, em um projeto-piloto, nesta edição. A ideia do MEC é tornar a prova totalmente digital até 2026.

 

Mas, para que o projeto-piloto seja realizado, ainda é preciso alterar o contrato do exame impresso, fechado com a Fundação Cesgranrio, e incluir os detalhes sobre a versão digital.

 

Quando o projeto-piloto do Enem digital foi anunciado, o Inep informou que estimava investir cerca de R$ 20 milhões, e que não pretendia comprar novos computadores, mas sim usar equipamentos de instituições de ensino localizadas nas cidades participantes.

 

Para o doutor em educação Ocimar Alavarse, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional (Gepave), da Universidade de São Paulo (USP), o atraso pode colocar em risco a segurança da prova.

 

“O problema envolve toda a logística da prova: preparação do local, dos dispositivos, a transmissão dos dados, o processamento das informações. Para isso, precisam ser feitos testes, e em dois meses, isso pode ficar comprometido. Em tese, a empresa só poderá fazer tudo isso quando tiver assinado o aditamento”, afirma.



 

O que se sabe e o que ainda é dúvida sobre o Enem digital:

 

Em entrevista ao G1, o presidente substituto do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Camilo Mussi, deu mais detalhes sobre a dinâmica de aplicação da prova. Como garantir que ninguém “cole”? A redação vai ser manuscrita? E se o computador quebrar?

 

Leia as respostas aqui.

 

Segurança digital

 

Como a prova digital chegará aos computadores?

A prova do Enem digital será “carregada” no computador pela internet. Depois, diz o Inep, essa conexão será cortada.

 

O Inep afirma que o Enem digital será criptografado, o que impedirá que os dados sejam decodificados a tempo de afetar a aplicação das provas.

 

O instituto não informou como será feito o transporte e armazenamento do sistema. Segundo o Inep, o sigilo é para preservar a segurança do processo.

 

Como será feita a transmissão dos dados da prova?

 

Ainda não se sabe se, após o aluno concluir a prova, o exame será transmitido via internet e como ocorrerá o processo para garantir que todos os resultados cheguem ao Inep.

 

 

Alavarse alerta sobre o risco de ataques hackers, como o registrado no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições deste ano.

 

Como será o treinamento dos aplicadores da versão digital?

 

O Inep não esclareceu como será o treinamento, mas afirmou que ele começará neste sábado (5).

 

Ao todo, 30 mil aplicadores estão sendo treinados para as provas do Enem. Não há detalhamento sobre quantos serão para o Enem impresso e quantos serão para o Enem digital.

 

Cronograma do Enem 2020

 

Provas impressas: 17 e 24 de janeiro

Prova digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro

Reaplicação da prova: 24 e 25 de fevereiro

Resultados: a partir de 29 de março

 

 

 

 

Fonte: G1 RO