Um objeto com características consideradas pré-históricas foi encontrado em Jaru no quintal de uma residência próximo ao rio Mororó no bairro Jardim Eldorado (Setor 06).
O utensílio foi encontrado há aproximadamente trinta dias pelo pequeno Emanuel, uma criança de seis anos, quando a mesma brincava no quintal onde reside com a família, mas o caso só foi descoberto pelo site na noite da última segunda-feira (12), quando um vídeo com imagens da peça encontrada chegou ao conhecimento da reportagem.
Edvan Daniel de Souza, pai da criança que encontrou a peça, relatou que a descoberta do utensílio encontrado no local onde mora ocorreu de forma inesperada, embora o filho dele seja bastante curioso. Assim que encontrou a “pedra” – como o objeto ficou conhecido no momento em que foi encontrado – Emanuel tratou de chamar a mãe Gesilane para ajudá-lo na retirada e, com isso, pudesse ser feito uma análise. Através do auxílio materno, o menino conseguiu retirar a peça que ficou guardada por vários dias até que o tio de Emanuel, o técnico de informática José Neto levou ao conhecimento de uma pessoa próxima ao Portal P1.
A reportagem ouviu dois historiadores do Estado para fazer uma análise sobre a peça encontrada em Jaru. O escritor Teófilo Lourenço de Lima, autor de várias obras históricas, entre elas “Do Monte Nebo a Jaru” – a principal referência da história antiga de Jaru – relatou que possui uma coleção com aproximadamente cem pedras contendo peças pré-históricas encontradas na região das corredeiras dos rios Mororó e Jaru. Segundo ele, são diversos materiais como pontas de flechas, machados, entre outros, muitos deles descobertos em sítios arqueológicos como o que foi descoberto pelo site.
Teófilo citou alguns exemplos sobre o assunto, entre eles a cachoeira Lapiconga, um sítio arqueológico existente no Rio Jaru a aproximadamente dez quilômetros abaixo da ponte da BR-364 sobre o rio. “Em vários locais há vestígios de aldeamentos, mas ainda não existe um estudo antropológico preciso sobre o tema para que se possa dizer a data aproximada de cada utensílio encontrado ”, disse o historiador.
Outra pessoa ouvida pela reportagem, a arqueóloga Maria Coimbra de Oliveira, coordenadora do Centro de Pesquisas do Museu Regional de Arqueologia de Rondônia, existente em Presidente Médici confirmou a tese apurada pela reportagem. Maria de Oliveira é autora do livro “Arte Rupestre em Rondônia” e possui uma vasta experiência sobre a pré-história rondoniense.
Segundo ela, o artefato “trata-se de uma lâmina de machado, pois foi encontrado só a parte cortante”. A especialista prossegue relatando que “é bastante semelhante às lâminas de machado encontradas no centro-leste de Rondônia e que estão relacionadas aos grupos indígenas tupis, nação indígena que existiu na região antes de outras etnias, no caso específico, dos jarus e que habitaram na região há milênios”. Mas ressaltou que somente um estudo detalhado e no local onde foi encontrado o artefato poderia apontar algo mais próximo da realidade.
Presidente Médici é o único município do Estado a contar com um museu de arqueologia. No local há peças arqueológicas de vários locais do Estado. Informações apontam que há ao menos um objeto pré-histórico encontrado na região de Tarilândia e que foi enviado a Médici devido ao fato de Jaru não ter ainda um local específico para preservar parte de sua importante história. Com a aproximação das eleições municipais, espera-se que algum candidato aborde o assunto em sua campanha eleitoral e apresenta alguma proposta para o eleitor.
Jornal Eletrônico PortalP1
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