Ambientalistas cobram ação do governo após alta de quase 30% do desmatamento na Amazônia

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Levantamento do Inpe divulgado nesta segunda-feira (18) confirmou tendência de aumento. A área desmatada de agosto de 2018 a julho de 2019 foi de 9.762 km².

Ibama faz operação de combate ao desmatamento ilegal na região de Castelo dos Sonhos, em Altamira (PA), em agosto de 2016. — Foto: Felipe Werneck / Ibama

 

Grupos de defesa do meio ambiente, pesquisadores e especialistas cobraram ações concretas do governo federal para conter a destruição da floresta amazônica, após a confirmação de que houve um aumento de 30% da área desmatada na Amazônia no último período de 12 meses, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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O coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, disse ao G1 que o aumento do desmatamento está diretamente relacionado à postura do governo em relação ao problema.

O governo abriu mão de fiscalizar, de passar a mensagem correta da resposta ao problema”, afirmou.

“Na Amazônia, é muito mais barato você combater o desmatamento do que fazer replantio. A Amazônia é um lugar de difícil acesso e a reposição florestal ocorre depois de décadas. Há perdas ali, principalmente dentro de áreas protegidas, que não têm mais retorno.” – Marcio Astrini, do Greenpeace

O diretor-executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, afirmou em nota que “se o governo federal não modificar profundamente sua postura em relação ao tema, o desmatamento tende a crescer ainda mais no próximo ano, fazendo com que o país retroceda 30 anos em termos de proteção à Amazônia.”

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, mostrou preocupação com a tendência.



“Propostas como legalização da grilagem de terras públicas, mineração e agropecuária em terras indígenas, e infraestrutura sem licenciamento ambiental só mostram que os próximos anos podem ser ainda piores” – Carlos Rittl, do Observatório do Clima

O representante do Observatório afirmou ainda que, “diferentemente do que aconteceu em anos anteriores de elevação da taxa [de desmatamento], desta vez não foi anunciado pelo governo federal nenhum plano crível para reverter a situação”.

Rittl questiona se os parceiros comerciais do Brasil continuarão confiando na capacidade do país de manter o desmatamento sob controle e cumprir as metas do Acordo de Paris.