Pecuarista que é de Buritis, lidera movimento em todo o estado.Preço do leite é uma das principais reivindicações.
O Jornal Eletrônico Portal P1 entrevistou com exclusividade o pecuarista Manuel Jamariqueli, que é conhecido em todo o estado por Manoel Cuiabano. Morador da linha Saracura, altura do Km 30, na cidade de Buritis (RO) Vale do Jamari, o pecuarista atualmente é a maior liderança na pecuária de leite, no que diz respeito a reivindicação de melhorias no preço do produto in natura.
Respondendo aos questionamentos da Jornal Eletrônico Portal P1, Manoel Cuiabano disse que o preço do leite era de R$ 1,35, por litro, mas que de repente, foi para R$ 0,85, centavos.
Com a desvalorização, foram criados movimentos e grupos em redes sociais, sendo ele atualmente representante do “SOS Leite”, buscando melhorias e investimentos no setor, em órgãos governamentais e empresas privadas.
Leia abaixo a entrevista completa
Portal P1: como estão as negociações com os laticínios?
Manoel: fizemos alguns levantamentos, inclusive, quero aproveitar a sua pergunta, para dizer aos produtores que se chegar alguém fazendo esse levantamento, tipo: ‘de quantos litros de leite ele tira por dia, quantos produtores colocam no seu tanque de resfriamento o produto’, que ele seja claro, que responda com sinceridade, pois, este movimento é sério e nós precisamos da real situação de cada propriedade. Precisamos saber, por exemplo, quantos litros de leite estamos tirando dia em Rondônia e quantos litros de leite produz cada propriedade, para que assim possamos obter um preço razoável do nosso produto.
Portal P1: em caso de não conseguir chegar num acordo, ou num valor esperado do preço por litro de leite, é possível uma greve do leite em Rondônia?
Manoel: acho que não chegaremos neste ponto. Eu não creio que isto acontecerá. Os laticínios estão de portas abertas para as negociações e não é o objetivo do movimento, que haja greves, paralisações. Protestos eu creio que hajam, porém, greves não. Nós sabemos e os laticínios também, que hão produtores que vivem exclusivamente do leite. No nosso estado, há aquele que tira aí 20 e 30 litros de leite dia. Este tem o seu salário para sustentar suas famílias e nós na reunião que tivemos, resolvemos tentar de todas as formas, conseguir chegar ao nosso objetivo. Nossas negociações são passivas, não queremos pressionar e ter de recuar. Sabemos, inclusive, que há laticínios fazendo propostas, o que demonstra que estamos no caminho certo.
Portal P1: Existe alguma chance de que seja iniciada a produção de queijos e outros derivados do leite? O SOS Leite tem a intensão de montar, formar cooperativas?
Manoel: Esse movimento SOS Leite não descarta esta possibilidade. Começamos aí com esse movimento SOS Leite, Balde Cheio e Bolso Vazio, mas eu creio que no futuro bem próximo, se transformará de fato na cooperativa Amazon Leite. Estamos com negociações, nos reunindo com as bases dos produtores, para que seja formada uma cooperativa a nível de estado. Sabemos que temos que planejar bem, pois, é preciso ter sustentabilidade para o produtor, por isso, que estamos tentando fazer negociações com o laticínio, porque é muito leite para ser industrializado em Rondônia. Mesmo que estivéssemos em ampla atividade, não conseguiríamos produzir nem 5% do leite produzido todos os dias.
Manoel Cuiabano ainda disse crer que as coisas – negociações – caminham para o sucesso e satisfação de todos os envolvidos, produtores e laticínios.
O setor produtivo primário do estado de Rondônia, é o responsável por manter a economia em funcionamento, gerando emprego e fomentando a renda, mas infelizmente vem sofrendo com a falta de valorização de uma de suas matérias primas primordiais, o “leite”.
E esta desvalorização ininterrupta, que vem sendo imposta pelas indústrias de laticínios do estado, no preço do litro de leite, tem tirado o sono de muitos produtores que já estão pensando em mudar a sua forma de trabalho e pior, alguns estão buscando vender as propriedades para grandes latifundiários e paralisar de vez.
Em Jaru (RO) Região do Vale do Rio Jaru, uma das maiores indústrias de laticínios da Região Norte, tem investido diretamente na desvalorização do leite.
A confirmação parte das associações e também de produtores individuais que confirmam que sem qualquer aviso, sem o mínimo de respeito, a empresa dita regras, impõe e aplica preços, extremamente baixos, inclusive, humilhando o produtor, que está refém destas empresas.
O Jornal Eletrônico Portal P1 vai continuar acompanhando as negociações, a fim de manter o produtor rural e leitor de forma geral sempre informado.
Da Redação Portal P1
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