Arllan Cardek Correia iniciou a sua atuação na área musical em dia 1º de maio de 1989 no município de Jaru, quando fez a primeira apresentação a convite de Roberto Gonçalves, um músico jaruense da década de 1980. Devido à recepção do público que acompanhou o seu trabalho, Arllan decidiu seguir carreira e com o apoio de Roberto Gonçalves, vários convites foram feitos para a participação em festivais. Em meados de 1990 foi formado o trio Arllan, Roberto e Jeferson. O grupo fez apresentações na região por aproximadamente dois anos.
Após o trio ser desfeito, Arllan continuou cantando e sempre acreditava que possuía potencial para a música. Formou a dupla Arllan & Angêla, que se apresentou em diversos lugares levando ao público todos os estilos musicais. Após se casar, Ângela deixou o dueto e Arllan novamente estaria sozinho na área musical. Estaria. Em pouco tempo, o cantor passou a participar da Banda PraKsamba, sendo destaque na imprensa estadual. O jornal impresso Folha do Povo, em sua edição do dia 23 de setembro de 1995 destacou o lançamento do grupo de pagode jaruense PraKsamba para o dia 7 de outubro daquele ano no clube Asberon de Jaru. Em virtude da repercussão, os integrantes fizeram uma grande estreia no âmbito estadual na sede da Associação Atlética Banco do Brasil do município no último fim de semana do mês de outubro de 1995. Conforme noticiado pelo jornal Diário da Amazônia em 26 de outubro do respectivo ano, o PraKsamba representava um dos sucessos musicais de Jaru naquele momento. Os componentes do grupo eram: Mazinho (voz e violão), Arllan (voz), Rey (atabaque), Jamaica (surdo) Enes, irmão do Suellem Cabeleireiro (repique), Cristiam (ganzá), Jonho e Negão (pandeiro).
Segundo explica Arllan, a recepção com o público foi algo “mágico” devido ao carisma de todos os integrantes do PraKsamba e também por ser uma época em que o pagode estava uma explosão em todo o país. O sucesso foi apenas consequência de um trabalho feito com dedicação. Arllan decidiu sair da banda, mas os demais componentes seguiram adiante com o grupo por algumas apresentações, não sendo possível datar o tempo exato. A próxima etapa musical de Arllan foi fazendo dupla com Nill com o nome Nill & Arllan Show e juntos trabalharam por aproximadamente cinco anos. Nessa época foi gravado o 1º CD com o t&iacut e;tulo “Nós Dois e Ninguém Mais”. Arllan já havia composto cinco canções e a obra fonográfica foi produzida com doze faixas musicais, sendo as demais de autoria do outro componente da dupla. Com o material gravado ao vivo na região, a produção foi remasterizada em São Paulo. Tudo caminhava bem e a agenda estava lotada. Porém, a dupla foi desfeita e Arllan voltou a atuar de forma solo.
Banda Maria Juana
A Banda Maria Juana iniciou a sua história em Jaru no feriado de finados do ano 2000. Um dos participantes da banda, o compositor Arllan Cardek Correia relata que após o fim da parceria com o músico Nill e atuar de forma solo por algum tempo eis que surgem os primeiros passos do que seria uma nova formação musical.
Certo dia, conforme recorda Arllan, já no ano 2000, quando estava na praça municipal (em frente à escola Capitão Sílvio de Farias) em um encontro com amigos ao recitar um poema de autoria própria, onde fazia apologia ao naturalismo e ao amor à natureza surge “quase do nada” o nome da futura banda. A poesia tinha como nome “Maria Juana” e o teor abordado chamou a atenção de Rogério Teixeira, um policial que estava de folga, mas, por entender do assunto, disse que a produção literária daria uma música. Arllan ficou feliz pela força e na mesma noite, o que seria apenas um mero poema, se transformou no nome oficial da primeira banda de rock de Jaru. Era o feriado de Finados no ano de 2000 e a Banda Maria Juana formada foi oficialmente formada. Diversos músicos passaram pela banda, entre eles, o próprio Arllan, Rogério Teixeira, Luciano de Vito, Geovane Moura, Cleberson Nogueira, Fabiana Moreira Lima, Marcelo Sanson, Flávio e Frank Braga.
Luciano de Vito começou a atuar na Banda Maria Juana em 2002 e disse ao autor que com a ida de Arllan para os Estados Unidos em 2004, o conjunto musical permaneceu por quase um ano. Durante esse período participou de festivais de rock em Ji-Paraná e outras atrações do gênero em vários lugares. Aproximadamente cinco anos depois, com o retorno de Arllan do território norte-americano, a parceria foi refeita e a banda retornou as suas atividades. Porém, conforme recorda Luciano e o próprio Arllan, antes dos trabalhos musicais serem interrompidos, a Banda Maria Juana produziu um CD com nove faixas, todas compostas por Arllan e com arranjos musicais de todos os componentes. Arlla n foi para os Estados Unidos e ao retornar para o município no fim de 2009 a banda foi refeita, mas com outros trabalhos paralelos de cada integrante e assim permaneceu até 2015. Luciano de Vito atuou como guitarrista na banda Maria Juana e o início do seu trabalho foi através de um convite feito pelo próprio Arllan. Pensativo inicialmente, depois acabou aceitando por acreditar em um trabalho autoral, além de ser uma novidade para o público.
Enquanto esteve em solo norte-americano, Arllan gravou com o título Penna & Allan Cardeck o CD “Amazing Amazon” (Amazônia Surpreendente, em tradução livre), ou Maravilhas da Amazônia, segundo tradução própria do cantor e compositor. A banda possuía cinco integrantes e o CD com treze faixas foi gravado no Studio Lorenzi com Penna (Adilson Gouveia), um brasileiro naturalizado americano.
O encerramento das atividades musicais da Banda Maria Juana ocorrido no ano de 2015 não significou o fim do relacionamento de seus componentes com a música. Boa parte deles trilhou caminho em algo relacionado ao assunto. Geovane Moura passou a atuar como professor de música em um conservatório em Porto Velho (RO), Cleberson Nogueira tem um estúdio de gravação e é produtor musical em Vilhena (RO), Marcelo Sanson é baterista em uma igreja também em Vilhena e Fabiana Lima continuou ministrando aulas de violão, ofício já exercido por ela em Mato Grosso do Sul, o seu estado de origem desde 1999. Arllan se mudou para Cacoal (RO) em 04 de fevereiro de 2 017 e continuou atuando ativamente na área musical. Ele segue atendendo aos convites de forma normal e, por diversas vezes, já esteve novamente em Jaru, para se apresentar ao público que um dia além de representar o seu lar, o consagrou ao lado dos demais participantes como um importante artista de uma banda que fez história por vários anos.
A publicação da série “A História da Música em Jaru” está sendo possível graças a uma parceria entre os principais sites do município e o escritor Elias Gonçalves Pereira. Os textos serão publicados de 13 de maio a 06 de junho de 2019, data em que o escritor lançará o livro “Um Tratado sobre a Música, a Literatura e a Comunicação Jaruense” nas dependências da Associação Comercial e Industrial de Jaru, a ACIJ.
As reportagens estão sendo publicadas na seguinte ordem:
01. Destaques das décadas de 1970 e 1980 – 13/05/2019
02. Juca & Marquinhos – Banda Swing & Country – 14/05/2019
03. Pescador & Garimpeiro – Diamante & Garimpeiro – 15/05/2019
04. Jorge Faccini – 16/05/2019
05. Jenival Silva – 17/05/2019
06. Geoni e Geonito – 20/05/2019
07. Idair Ferreira – 21/05/2019
08. Marcos Paulo & Claudney – Banda Los Arcanjos – 22/05/2019
09. Dalberto & Darnel – 23/05/2019
10. Márcio & Messias – Banda Flash Music – 24/05/2019
11. Mário & Marquinhos – 27/05/2019
12. Eder & Eder – 28/05/2019
13. Divas Diogo – 29/05/2019
14. Heliane Markes – 30/05/2019
15. Arllan Cardek e Banda Maria Juana – 31/05/2019
16. Gilson Fagner – 03/06/2019
17. Banda Country Music / Albatroz – 04/06/2019
18. Beto Neves – 05/06/2019
19. Banda Pelô Art – 06/06/2019
Fonte: Elias Gonçalves
Fotos: Arquivo Pessoal: Elias Gonçalves, Jornal Diário da Amazônia, Luciano de Vito e Arllan Correia
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