Laticínios não atendem pedido e produção de leite pode cair 70% – Há indicie de possível greve

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O “S.O.S. Balde Cheio, Bolso Vazio” garante que Audiência Pública não surtiu efeito e laticínios pagaram entre R$ 0,85 e R$ 1,06

Líder do movimento “S.O.S. Balde Cheio, Bolso Vazio”, Manoel Jamariqueli, de Buritis, está em Porto Velho na busca por solução do impasse. – Foto: Etiene Gonçalves/Diário da Amazônia

 

Os “Avanços e desafios da cadeia produtiva do leite no Estado de Rondônia” foram discutidas durante Audiência Pública na Assembleia Legislativa (ALE-RO) no último dia 16 de maio. A partir de então, os produtores de leite não sentiram alteração quanto ao empenho dos laticínios em melhorar o valor pago ao leite in natura no Estado.

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Manoel Jamariqueli, produtor de leite na região de Buritis, conhecido como “Cuiabano”, é um dos líderes do movimento  “S.O.S. Balde Cheio, Bolso Vazio”, informou que, nenhum efeito benéfico foi formalizado por parte das indústrias.

O produtor relatou que, o último pagamento feito ao produtor ficou entre R$ 0,85 e R$ 1,06. “Estou nesta semana junto ALE-RO vendo o que os deputados estão fazendo e tentando para resolver este gargalo. Inclusive, há a sugestão de corte de uma parte do incentivo fiscal dos laticínios e outros que avaliam como todo ele. Tem indústria que está nem aí, nem para o produtor e tão pouco aos órgãos do Governo, afinal, nem apareceram na Audiência Pública e nós estamos a ‘Deus dará’ nesta situação”, relatou.

“(…) há a sugestão de corte de uma parte do incentivo fiscal dos laticínios e outros que avaliam como todo ele. Tem indústria que está nem aí, nem para o produtor e tão pouco aos órgãos do Governo, afinal, nem apareceram na Audiência Pública e nós estamos a ‘Deus dará’ nesta situação.”

Reprodução de uma NF-e ofertada a um produtor rural pelo Laticínio Três Marias, de Ouro Preto do Oeste. – Foto: Divulgação

 

PRODUÇÃO PODE PARAR



Atualmente, o movimento envolve cerca de 5.000 produtores de leite. Todos insatisfeito com o descanso, eles não desejam cruzar os braços. Mas, se uma solução não surgir pode causar uma dimensão prejudicial à cadeia através de uma estratégia mais robusta.

“Não estamos querendo que isto aconteça, mas estamos tentando de todas as maneiras negociações e analisar outros meios. Se não houver nenhuma contraproposta por parte dos laticínios iremos convocar os produtores para paralisarmos no mínimo 70% da produção em todo o Estado”, disse Jamariqueli, reforçando que a categoria entende e, tem responsabilidade, de que há creches, escolas e entidades que precisam ser abastecidas com o leite.

“(..) Se não houver nenhuma contraproposta por parte dos laticínios iremos convocar os produtores para paralisarmos no mínimo 70% da produção em todo o Estado.”

Os desafios enfrentados pelo setor leiteiro do Estado foi apresentado por liderança durante Audiência Pública em meados de maio deste ano, na ALE-RO. – Foto: Divulgação

 

DEMANDAS NA ALE-RO E GOVERNO

Na ALE-RO, os deputados estaduais Lazinho da Fetagro (PT) e Cirone Deiró (Podemos) são os articuladores dos debates e têm se empenhado na solução do conflito. Nesta quarta-feira (29/05), Manoel Jamariqueli aguarda a confirmação de uma audiência com o governador Marcos Rocha (PSL), para dar robustez a esta demanda, na expectativa de respostas e/ou algo positivo ao setor produtivo.  O preço ideal a ser pago ao produtor, de acordo com o movimento, é de R$ 1,40 por litro.

PREJUÍZOS

 

Exemplificando os prejuízos, o representante do “S.O.S. Balde Cheio, Leite Vazio” informou que, até o ano passado ele tinha 40 vacas leiteiras, sendo 32 em lactação e entregava 600 litros/dia. Atualmente, na propriedade de 10 alqueires, Manoel Jamariqueli conta com 14 vacas, produzindo 90 litros/dia. Somente no ultimo mês, houve um prejuízo real de R$1,800. Sem laticínios em Buritis, a sua venda é feita para uma indústria em Monte Negro.

SEM POSICIONAMENTO 

Diário entrou em contato com o Laticínio Três Marias, de Ouro Preto do Oeste, para saber o posicionamento da empresa sobre o repasse ao produtor no último mês. A informação foi que o responsável pelo setor (compra e venda) não estava para dar esclarecimentos.

 

Por Etiene Gonçalves DIÁRIO DA AMAZÔNIA

Edição Redação PortalP1