No Globo Rural: Alta do dólar derruba cotação do café em Nova York

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Dólar no maior patamar das últimas três semanas sustentou a alta do café na bolsa — Foto: Canva/ Creative Commoms

 

  • Valorização da moeda americana também pesou para as demais commodities agrícolas negociadas na bolsa

 

A valorização do dólar acentuou o movimento de queda nos preços futuros do café na bolsa de Nova York nesta quarta-feira (24/7). Os contratos do arábica para setembro terminaram a sessão cotados a US$ 2,3115 a libra-peso, ou 3,32% a menos que na véspera.

“A alta do dólar aumenta a pressão para baixa nas cotações, pois estimula as vendas dos principais países exportadores, como é o Brasil”, afirma Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café.

 

Nesta quarta-feira, a moeda americana subiu 1%, a R$ 5,65, alcançando o maior valor em três semanas.

 

Ele também vê aspectos técnicos importantes para a formação de preço no pregão desta quarta. Nesse sentido, se os valores ficarem abaixo dos US$ 2,30, eles podem encontrar forças para recuar ainda mais.

 

Na bolsa de Londres, onde as variações do café robusta têm impactado o arábica, os contratos futuros se afastam do recorde alcançado recentemente, com a Indonésia, momentaneamente, conseguindo abastecer os importadores.

 

Em meio à movimentações técnicas, Pancieri Neto acredita na manutenção de alta para o café em Nova York, seja pelas preocupações com a safra no Vietnã e também os problemas de clima nas lavouras brasileiras.



“As floradas para o conilon devem acontecer dentro de algumas semanas. Se não houver chuvas nos próximos dias podemos ter prejuízos para a safra do ano que vem. A escassez de chuva é algo normal para essa época do ano, mas as temperaturas acima da média são prejudiciais para as plantas”, finaliza o corretor.

 

Açúcar

Nos negócios do açúcar em Nova York, os papéis do demerara com entrega para outubro fecharam em queda de 1,38%, cotados a 17,91 centavos de dólar por libra-peso.

 

A queda do dólar tende a beneficiar as exportações brasileiras, aumentando a oferta no mercado, e consequentemente, provocando uma baixa nos preços futuros.

 

Mas os prognósticos para a produção brasileira não são favoráveis. Segundo estimativa da StoneX, a produção de açúcar no Centro-Sul deverá totalizar 40,5 milhões de toneladas na temporada 2024/25, redução de aproximadamente 2 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior, divulgada em maio.

 

Algodão

O algodão acentuou o movimento da queda na bolsa de Nova York, depois de atingir o menor valor em quase quatro anos na sessão desta terça (23). Os contratos para dezembro caíram 1,19%, a 68,65 centavos de dólar por libra-peso.

 

Além de uma melhora nas condições de lavouras nos EUA, a alta do dólar hoje favorece o recuo da commodity, bem como a demanda pela pluma, que ainda se mostra reprimida.

 

Suco de laranja

Nos negócios do suco de laranja, os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para setembro fecharam em queda de 2,12%, a US$ 4,2395 por libra-peso.

 

Cacau

Após forte volatilidade nos dois primeiros pregões da semana, os preços do cacau se acomodaram nesta quarta-feira. Os contratos para setembro caíram 0,71%, para US$ 8.227 a tonelada.

 

 

Fonte: Globo Rural