Ari-Eu-Wau-Wau: João Calos da Silva é condenado a 18 anos de prisão

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Ari-Eu-Wau-Wau: João Calos da Silva é condenado a 18 anos de prisão – Foto: P. Nascimento

 

 

O julgamento do caso Ari-Eu-Wau-Wau ocorreu durante o dia de segunda-feira,15, na comarca de Jaru (RO), a cerca de 290 km de Porto Velho. O réu João Carlos da Silva foi condenado a 18 anos de prisão, em regime fechado, por ter sido o autor do crime contra o indígena Ari, em abril de 2020, na zona rural de Jaru, no distrito de Tarilândia. Ari era professor e muito conhecido por denunciar extrações ilegais de madeira dentro do seu território, a terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. O caso cabe recurso.

 

O caso de Ari repercutiu entre a população e começou a ser tratado em âmbito federal quando as investigações apontaram indícios de que o crime tinha ligação com o trabalho de Ari em denunciar o desmatamento e a venda ilegal de madeira em seu território.

Em agosto de 2022 a polícia federal concluiu as investigações e apontou que a morte do ativista “não tem ligação com crimes ambientais” segundo a PF, Ari foi morto porque o suspeito estaria incomodado com a presença de Ari na região.

O ministério público federal (MPF) fez um pedido de declínio que foi acatado pela justiça federal se baseando no relatório final da PF sobre a morte em agosto o caso voltou para a justiça estadual.



Família de Ari-Eu-Wau-Wau acompanhando o julgamento – Foto: P. NASCIMENTO

 

João Carlos da silva era dono de um bar que Ari frequentava segundo a investigação da PF os dois teriam se desentendido e o suspeito chegou a dizer a algumas pessoas que iria matar Ari caso ele passasse pelo bar pois o achava chato.

Ainda conforme a polícia federal o réu tem um comportamento violento e já possuía um histórico criminal de homicídio tentativa de homicídio e violência doméstica o suspeito foi preso no dia 13 de julho de 2022 (dois anos após o crime) e permanece detido.

 

Ari foi morto durante a noite de 17 de abril de 2020 em um distrito de Jaru (RO) e o corpo foi encontrado na manhã seguinte, com sinais de lesão contundente na região do pescoço, que ocasionou uma hemorragia aguda.

Ari-Eu-Wau-Wau – Foto: P. Nascimento

 

A PF informou que o corpo de Ari não tinha sinais de autodefesa. Com base nessa constatação, uma das hipóteses é que o suspeito dopou o líder indígena e o agrediu até a morte, depois moveu o corpo para outro local.

Local onde foi encontrado o corpo do Indígena – Foto: Portal p1