Amazonas registra taxa de câncer de colo do útero 4 vezes maior que São Paulo e Rio Grande do Sul

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Amazonas registra taxa de câncer de colo do útero 4 vezes maior que São Paulo e Rio Grande do Sul

 

Com a maior taxa de câncer de colo do útero do Brasil, registrando 31 casos para cada 100 mil mulheres, o estado do Amazonas tem quatro vezes maior prevalência da doença quando comparado com São Paulo e Rio Grande do Sul, que apresentam as menores taxas do país. Doença pode ser prevenida com acesso à vacina contra HPV e exame de Papanicolau, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), alerta o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológico (EVA), criadora da campanha Setembro em Flor, de conscientização sobre cânceres do aparelho reprodutor feminino

 

O estado do Amazonas lidera as estimativas de câncer de colo do útero no país, com prevalência de 31,71 casos para cada 100 mil mulheres, taxa quatro vezes superior à de São Paulo e Rio Grande do Sul, que registram, respectivamente, 7,58 e 7,11 casos para cada 100 mil mulheres. Altas taxas de câncer de colo do útero também são registradas em outros estados da Região Norte. O segundo colocado é o Amapá, com uma taxa estimada de 26,73 casos para cada 100 mil mulheres.

 

De acordo com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), que criou a campanha Setembro em Flor, os números são reflexo dos gargalos de acesso na região Norte ao exame Papanicolau e da baixa adesão à vacina contra o papilomavírus humano (HPV), apesar de estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

NÚMEROS NO BRASIL

As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 32 mil novos casos de câncer ginecológico, um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário e corpo do útero (endométrio), que somam 32,1 mil novos casos anuais, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.

 

VACINA CONTRA O HPV

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais. Geram lesões benignas, pré-invasivas ou invasivas, como o câncer de colo do útero (responsável por 99,7% dos casos) e outros tipos de câncer de órgãos genitais. Outro dado aponta que 80% da população sexualmente ativa contrai a infecção pelo HPV pelo menos uma vez na vida.



 

A vacinação contra o HPV é um dos grandes aliados para o controle dessa doença. No Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação desde 2014, sendo indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, homens e mulheres até os 45 anos que vivem com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e vítimas de violência sexual.

 

A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) também recomendam a vacinação de mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, o mais precoce possível.

 

Campanha Setembro em Flor

A campanha que marca o mês de conscientização do câncer ginecológico foi criada em 2021 pela oncologista clínica Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, diretora do EVA e coordenadora de Advocacy. A ação surgiu de uma carência de conhecimento da população brasileira sobre os tipos de cânceres que acometem o aparelho reprodutor feminino: câncer de colo de útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. Durante as atividades, que ocorrem anualmente em setembro, o foco é conscientizar a população feminina sobre os sintomas e formas de prevenção.

 

Sintomas de tumores ginecológicos

Embora muitos tumores se apresentem de forma assintomática, principalmente nos estágios iniciais, a maioria se desenvolve com os seguintes sintomas:

 

Sangramento vaginal fora do ciclo menstrual;

Sangramento vaginal na menopausa;

Sangramento vaginal após a relação sexual;

Corrimento vaginal incomum;

Dor pélvica;

Dor abdominal;

Dor nas costas;

Dor durante a relação sexual;

Abdômen inchado;

Necessidade frequente de urinar.

 

Diagnóstico de câncer ginecológico

Em caso de suspeita de câncer ginecológico, é necessário realizar uma série de exames minuciosos para definir o histórico correto da paciente e chegar ao diagnóstico preciso, tais como:

Ultrassom;

Radiografia;

Tomografia computadorizada;

Ressonância magnética;

Tomografia por emissão de pósitrons;

 

Após esses exames é fundamental que seja feita uma biópsia para confirmar o diagnóstico.

 

Além disso, é essencial avaliar a natureza do tumor. O sistema de estadiamento varia, mas geralmente essas neoplasias são classificadas em quatro níveis diferentes, desde o inicial (Estágio I) até o mais avançado (Estágio IV).

 

 

 

Fonte: Angélica Weise