A estudante Vitória Judite Barros Silva, do curso de medicina da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir), teve sua matrícula cancelada por conta da veracidade do seu vínculo com alguma tribo indígena do Estado do Rio Grande do Norte (RN), através da comissão da banca de heteroidentificação da UNIR.
Consideramos a entrevista com a candidata e as tentativas frustradas de contato com todas as lideranças (a comissão conseguiu contato apenas com a cacica), que deixaram muitas dúvidas quanto a veracidade das informações prestadas, conforme detalhamento na descrição da entrevista, as integrantes da comissão concluíram que a candidata não tem vínculo, nem pertencimento à comunidade indígena a qual declarou pertencer (trecho retirado do relatório da comissão da Unir).
A decisão é de 30 de junho deste ano e foi comunicada à estudante na mesma data da decisão do cancelamento da matrícula efetuado pela comissão da instituição.
De acordo com a estudante, ela concorreu na modalidade para alunos que fizeram ensino médio em escola pública e são indígenas, através das suas notas obtidas na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Unir não usa o Sistema de Seleção Unificado (Sisu) como forma de ingresso ao ensino superior.
A Vitória é natural do Rio Grande do Norte e se mudou para a capital de Rondônia.
“Tristeza e revolta, pois passei anos estudando pra conseguir essa vaga, tirei uma excelente nota na redação, que por coincidência era sobre povos tradicionais e além de tudo tive meu reconhecimento questionado pela comissão, me senti muito descriminada” diz a estudante
A estudante Vitória entrou com um pedido de urgência cautelar no Tribunal Regional Federal da 1ª região de Rondônia solicitando a impugnação do cancelamento da matrícula feita pela comissão de verificação de documentos, a estudante também enviou um documento emitido pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sobre o seu vínculo com a tribo Tapuya Tarairiu (documento emitido para a universidade onde aconteceu o cancelamento da matrícula no curso de medicina, através da comissão de heteroidentificação.
A equipe de reportagem procurou a comunicação da Universidade Federal de Rondônia (Unir) para enviar um posicionamento sobre a demanda, mas até o fechamento desta reportagem, a universidade ainda não enviou nenhuma nota.
Por se tratar de uma universidade federal, o Portal Nacional da Educação também procurou o Ministério da Educação (MEC), Ministério dos Povos Indígenas e do Ministério dos Direitos Humanos do Governo Federal (Lula/PT) para se pronunciarem a respeito sobre o acontecimento de uma aluna indígena.
Fonte: Portal Nacional da Educação
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