Os condenados por danos à unidade de conservação podem pegar até 5 anos de prisão. O incêndio criminoso acrescenta até mais 4 anos.
A polícia de Rondônia está investigando um incêndio criminoso em uma unidade de conservação que tinha sido reflorestada na Amazônia.
Restou pouco do projeto criado para fechar uma ferida aberta na Amazônia: o fogo queima há quase duas semanas, levando embora árvores em extinção. Em um trecho da Reserva Rio-Preto/Jucundá, em Rondônia, a floresta natural tinha sido destruída pela expansão gananciosa da extração ilegal de madeira e da grilagem de terras públicas.
Em 1996, na tentativa de frear a atividade criminosa e proteger comunidades que vivem dos recursos da floresta, essa área virou uma das 49 reservas estaduais de Rondônia. O trecho que estava em pleno processo de recuperação fica na margem da reserva e equivale a 270 campos de futebol. Em uma área da unidade de conservação foram replantadas 360 mil árvores.
Projeto pioneiro, envolvendo ONG, o governo estadual e investidores. Mas não apenas pessoas jurídicas. Trabalhadores rurais, técnicos e a comunidade que vive da floresta, dentro da área de preservação, se envolveram no replantio.
Milton da Costa, colaborador Rioterra, passou até o Natal longe da família para cuidar da terra. Desolado, ele foi um dos primeiros a chegar e fazer imagens quando soube do fogo.
“Todo nosso trabalho que a gente teve, transporte de mudas, trazer motor, acesso, container, construir alojamento, e a dificuldade que a gente teve mesmo do plantio”, diz.
O cedro é uma árvore que por causa do alto valor comercial da madeira está em risco de extinção. Um cedro plantado no projeto cresceu um pouco mais de 1,5 m nos três anos que foi plantado. Não foi só o tempo que se perdeu com esse incêndio. Junto com outras centenas de espécies nativas, algumas igualmente raras, esse cedro poderia ter ajudado a manter aqui na Terra toneladas de carbono. Com a queimada, tudo isso voltou para os ares.
De verde, só restou o capim, que rebrotou. Sementes de braquiária, que estavam adormecidas na terra, da época em que era um pasto ocupado ilegalmente.
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Fonte: g1/JN
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