A Associação de Docentes da Universidade Federal de Rondônia (ADUNIR) e o Diretório Central Acadêmico da instituição (DCE) manifestam profunda preocupação e indignação sobre a forma como a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) tratou o caso de um aluno em surto psicótico. A atitude demonstra o descumprimento de sua responsabilidade com a saúde e o bem-estar dos estudantes.
Na noite de quarta-feira, 08, a chefe de gabinete da Unir, Aurineide Alves Braga, acionou a polícia para abordar o acadêmico que, segundo ela, ocupava uma sala de aula do Centro Acadêmico de Psicologia e estava dormindo no local. Na ocorrência, a funcionária argumenta que o aluno é “muito forte e agressivo”. O referido aluno estaria no local devido a um surto psicótico e, teria sido tratado de forma truculenta. Vale ressaltar que o mesmo já havia passado por outro episódio de surto na instituição.
No atual episódio, com a chegada da PM, os professores Adilson Siqueira, Erasmo Carvalho, Otacílio Carvalho e Marcus Fiori intermediaram o conflito. O docente Luiz Fernando Novoa propôs e o aluno aceitou ser tratado em uma clínica especializada no município de Cujubim.
A falta de acolhimento da instituição é, no mínimo, desrespeitosa. Por conta disso, a diretoria da ADUNIR defende o imediato comprometimento da UNIR em apoiar e acolher estudantes em situação de sofrimento mental. Marilsa Miranda, presidente da ADUNIR, enfatiza a necessidade da Universidade investir em medidas de prevenção, efetivando serviços de acolhimento e acompanhamento psicológico, de forma a garantir a saúde mental, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento dos estudantes.
“Reiteramos que a administração da UNIR, ao invés de convocar a polícia para conter o aluno, deveria ter buscado uma solução mais acolhedora e humanizada e de proteção à saúde mental de seus estudantes”, afirma a sindicalista.
Para Alexandre de Melo, coordenador do DCE “é dever da instituição assegurar que seus discentes recebam o apoio necessário, livre de qualquer tipo de discriminação e que, em casos como o que foi relatado, o aluno seja encaminhado para tratamento médico e suporte psicológico”.
Tanto a ADUNIR como o DCE exigem ações contundentes da Unir para garantir os direitos dos estudantes, a partir do reconhecimento de suas diversidades e condição de sujeitos de direitos.
Em nota, o Centro Acadêmico de Psicologia também protestou contra “a difamação e a perpetuação de estigmas que desqualificam, reprimem, constrangem, segregam e negligenciam a integridade do companheiro de curso”, a quem creditam ter um “grande histórico de luta estudantil, não só para a Psicologia, curso no qual está inserido, mas para a comunidade como um todo”.
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