Inflação maior para as pessoas de rendas mais baixas

Publicada em


 

 

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea (LAMEIRAS, 2021), a inflação tem atingido com mais intensidade as famílias de rendas baixas, entre as quais os itens básicos de consumo têm maior peso no orçamento.

 

No acumulado de 12 meses até maio de 2021, a alta de preços para as famílias com rendas muito baixas foi de 8,9%, para as com rendas baixas foi de 8,7% e para aquelas com rendas altas foi de 6,3%. O preço da cesta básica de alimentos aumentou consideravelmente em todas as capitais onde é pesquisado pelo DIEESE.

 

No acumulado dos 12 meses encerrados em junho de 2021, esse aumento correspondeu, em Brasília, a 29,9%; em Porto Alegre, a 25,3%; e, em Florianópolis, a 24,8%. Em Porto Alegre e Florianópolis, o custo da cesta básica já passa dos R$ 642 e, em Salvador, onde foi apurado o menor valor, atingiu R$ 467.



 

A dificuldade que se tem enfrentado nas negociações coletivas de trabalho para a reposição da inflação nos salários dos/as trabalhadores/as com carteira assinada também leva à perda do poder de compra e ao empobrecimento da classe trabalhadora. Nas negociações realizadas até maio deste ano, 58% não obtiveram reajustes capazes de corrigir o valor dos salários; 28% fixaram percentuais equivalentes à inflação; e apenas 14% conquistaram ganhos reais.

 

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, foi registrada a maior proporção de reajustes inferiores à inflação. Uma das razões fundamentais para as crescentes dificuldades de os sindicatos reporem a inflação na negociação é o patamar inflacionário. Estudo recente do DIEESE mostra que, há um ano, o reajuste necessário para repor as perdas salariais segundo INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) era de 2%. Agora, em junho de 2021, esse reajuste deveria ser de aproximadamente 9%.

 

 

 

Fonte: DIEESE

** Este conteúdo não expressa ,necessariamente, a opinião do PORTALP1