PF deflagra operação contra organização criminosa responsável por invasões de terras em RO

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Operação Deforest tem mandados judiciais sendo cumpridos em cidades de Rondônia, Amazonas e São Paulo. Mesma quadrilha também é alvo de operação do MP-RO, mas por tráfico de drogas.

Operação tem como alvo empresários, policiais e pistoleiros envolvidos no esbulho de terras em Cujubim (RO). — Foto: Divulgação/PF

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (23) uma operação para combater uma organização criminosa armada suspeita de invasão de terras para venda e posterior extração ilegal de madeira. A operação Deforest tem mandados sendo cumpridos em Ariquemes (RO), Cujubim (RO), Monte Negro (RO), Porto Velho (RO), Manicoré (AM) e Araçatuba (SP).

A ação da PF é resultado de um inquérito iniciado em junho deste ano pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que descobriu a prática dos crimes de homicídio, extorsão, lavagem de dinheiro e ameaça.

O procedimento do MP apurou que a organização criminosa tinha uma estrutura armada para resguardar os interesses fundiários do líder do grupo se valendo do poder econômico e dos cargos ocupados nas forças de segurança para intimidar moradores da região.

Conforme as investigações, a organização criminosa é composta por empresários, policiais, pistoleiros e outras pessoas que intimidavam e ameaçavam agricultores da região de Cujubim. O objetivo era tomar a posse de terras na região conhecida como “Soldado da Borracha”.

Mandados da Operação Deforest são cumpridos nos estados de Rondônia, Amazonas e São Paulo. — Foto: Divulgação/PF

Mandados da Operação Deforest são cumpridos nos estados de Rondônia, Amazonas e São Paulo. — Foto: Divulgação/PF



De acordo com a PF, a Justiça Estadual expediu 16 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. Cerca de 150 policiais estão envolvidos na operação.

O nome Deforest é uma referência à prática de desmatamento ilegal, que segundo a PF, era um dos principais objetivos dos criminosos após tomar a posse das propriedades rurais.

Operação Cerne Branco

Em paralelo, nesta quarta-feira (23), o MP-RO, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre mandados judiciais em desfavor de integrantes da mesma quadrilha, mas por uma investigação de associação ao tráfico de drogas.

Segundo o MP, durante as investigações de esbulho de terras na região de Cujubim, foi descoberto também o envolvimento da organização com crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Com isso, O MP representou por mandados de buscas e apreensões que estão sendo cumpridos em residências, empresas e propriedades rurais.

Cerne Branco, nome que batiza a operação, faz alusão aos crimes envolvendo extração ilegal de madeira pela organização criminosa. Cerne é o nome da parte interna do tronco de árvores, utilizada pelos criminosos para esconder droga, de acordo com as investigações.

Por G1 RO — Porto Velho